quinta-feira, 20 de outubro de 2011

LEITE - é benéfico à saúde?


AMAMENTAÇÃO – MAMÃE EU QUERO 


Antes de mais nada: leite, só de mãe.

Todo animal mamífero mama no peito até poder alimentar-se sozinho, mas é no peito de sua própria mãe. As histórias de Rômulo e Remo, amamentados por uma loba, de Tarzan, criado por uma macaca, e de Mogli, criado também por uma loba, são meras exceções que confirmam a regra: leite, só de mãe.
Leite é sangue que deixa de correr pelo umbigo e sai pelo bico do seio. Até do masculino, afirmam as Amigas do Peito, se for bem sugado: a glândula desperta. As mães-de-leite que o digam, se é que ainda existem, criando no peito o filho dos outros – que passava a ser seu, com seu sangue circulando pelas veias.
E na boca a criança começa a aprender. Tem que puxar, tem que querer, às vezes chora de tão difícil que é no comecinho. Para a mãe às vezes também é difícil, encontrar a melhor posição às vezes leva uns dias, às vezes cansa. Mas sempre acabam se ajeitando. Da boca do neném o leite desce para o estômago, de lá para os intestinos, ativando no corpinho tudo aquilo que está pronto a funcionar. Devagar, devagarinho, deixando o tempo passar…
Botou pra arrotar? Arrotou? Golfou? É normal. Golfada é uma sobra pequena de leite, diferente do vômito, que é grande e sai com muita força. Golfar acontece de vez em quando. Mas arrotar tem que ser sempre, até duas ou três vezes depois de mamar, ou mesmo no meio da mamada, senão o bebê fica agoniado.
E ele dorme, come, cresce. Logo abre os olhos, logo dá um risinho, vai ficando com um jeito que é só seu. Acorda somente pra mamar ou porque está molhado e se sente incomodado. Não está pronto pra ir à luta, tem que ser cuidado, e sobretudo tem muito direito ao que é seu: como diz minha mãe, aquele leite ali do peito o bebê trouxe com ele. É dele, não lhe pode ser negado.
- Ah, mas me disseram que meu leite é fraco…
Fraco? Estão aí os organismos mundiais de saúde para atestar: mesmo o leite da mãe anêmica, aquela típica biafrense, é nutritivo para o filho. As reservas biológicas da mãe se escoam todas para o filho. Mãe, só tem uma. Leite, só de mãe.

- Ah, mas um leitinho de vaca bem fresquinho… Eu fui criado com leite de vaca, sabe? A gente tomava uns dez litros por dia lá na fazenda. Era bom demais…
Tirem-me da frente de uma tigela de nata! Leite de vaca é uma gostosura, e também se não fosse não fazia o sucesso que faz. Docinho, né? Mui doce, três vezes mais que o leite humano. O açúcar dele se chama lactose. Para digerir essa lactose o pâncreas tem que fabricar uma enzima chamada lactase, ase, com a. Mas vejam só, na maior parte do planeta você só produz essa enzima até, no máximo, os 7 anos de idade. Daí para a frente a natureza acha que já dá pra você se virar sem leite, e até sem mãe, que afinal você já tem todos os dentes.

Mas vamos supor que você goste de um leitinho, então todo dia vai lá e pá, café com leite, copinho de leite no bar, leitinho quente antes de deitar. E o intestino péssimo, cheio de gases; o fígado esquisito; alergia na pele; peito encatarrado; uma sensação de cansaço, vista fraca, preocupações intensas.
Vai ao médico. Exames. Paranóias. Remédios.
Agora, pega uma lente de aumento e olha bem no fundinho do diagnóstico que tá lá: deficiência de lactase, ase, com a, a enzima que dissocia o açúcar do leite.
Sutil, não é mesmo?
Nada errado com o leite: você é que é deficiente, viu?
E ainda por cima, sabe-se lá com que você andou misturando esse leite?

Quê? Com carne? Valha, que as pragas de Moisés não te caiam sobre a cabeça. Imagine que a religião judaica é cheia de recomendações alimentares, e uma delas diz para nunca misturar o leite da mãe com o sangue do filho. Passando por alto parece uma coisa assim romântica, sentimental, quando eu era pequena pensava que era para a vaca não ficar triste porque o filho ia ser comido, mas não é bem isso. É que tanto a carne quanto o leite são proteínas completas, o que já dá um certo trabalho ao estômago, e ainda por cima são de tipos completamente diferentes. O suco digestivo que serve para a carne não serve para o leite. Isso quer dizer que logo apodrece algo no reino do estômago, às vezes pinta como azia, má digestão, salta um sal de fruta!
- Ah, mas um leitinho… E de mais a mais, de onde meu filho vai tirar cálcio se não beber leite?
Boa pergunta. Mas de onde a vaca tira tanto cálcio? Do capim. Elefantes e outros herbívoros de grande porte também. As folhas verde-escuras da mostarda, da couve, da salsa, das algas marinhas, o gergelim, a castanha-do-pará, alguns chás como o banchá e o chá verde, misso, dente-de-leão, folhas de nabo, trigo-sarraceno, grão-de-bico, queijo de soja, soja verde, feijão, melado de cana: tudo isso tem cálcio, e muito.

Agora vê:
100 gramas de leite de vaca 118 mg de cálcio
100 gramas de leite de cabra 129 mg de cálcio
100 gramas de queijo de soja 128 mg de cálcio
50 gramas de salsa 102 mg de cálcio
50 gramas de grão-de-bico 150 mg de cálcio
10 gramas de gergelim 116 mg de cálcio
10 gramas de alga hijiki 140 mg de cálcio
10 gramas de alga kombu 80 mg de cálcio
6 g de pó da casca do ovo 2400 mg de cálcio
100 gramas de leite humano, apenas 35 mg de cálcio.

Cálcio de leite humano. Para ossos, dentes, rins e fígado humanos. Pois é. E as fontes vegetais de cálcio são todas fáceis de assimilar. A proteína do leite materno, albumina, é própria para gente digerir. Mas a caseína, que é a proteína do leite de vaca, é barra pesada. Pode deixar seu bebê com diarréia, mal-estar, alergias. Por isso é que os antigos tomadores de leite preferiam sempre coalhada, iogurte, leitelho, queijo. O processo de fermentação pré-digere as proteínas. De qualquer forma, como uma alimentação rica em leite de vaca sempre vai ser excessiva em relação às necessidades humanas, o excesso irá se depositando pelos cantos. Em forma de gordura sob a pele; como catarro pegajoso nos brônquios, intestinos e pulmões; como açúcar, infernizando um tanto a vida do pâncreas e do fígado e depois se convertendo também em gordura; e finalmente como excesso mesmo, proteína não assimilada que fica rolando pelo sangue e acaba infeccionando em algum lugar. Espinhas são isso, proteína que apodreceu e o corpo quer eliminar.
Tem mais: o leite que se vende por aí quase não tem gordura, e a gordura natural do leite é fundamental para a absorção do cálcio. Tanto que até o governo americano já recomendou que se substitua o leite desnatado pelo integral.

Outra coisa: não há um consenso científico sobre as nossas necessidades diárias de cálcio, porque isso varia muito de pessoa para pessoa. A gente transmuta os alimentos dentro do corpo, sintetiza o que antes não existia, absorve até mais do que precisa. Excessos de cálcio vão criar vértebras calcificadas, articulações duras, cálculos renais. Mas, como referência, o que se tem dito é que crianças precisam de 400 a 500 mg por dia, adultos 800 mg, adolescentes, grávidas e mães amamentando 1200 mg; e é bom lembrar que o sol e os exercícios fixam o cálcio no organismo, da mesma forma que a mastigação fixa o cálcio nos dentes.
O bebê mama, dorme, cresce.
Depende todinho de você.
Quando está nervoso, é o calor do seu corpo que o acalma.
Então, me diga: você acha mesmo que uma vaca se preocuparia com ele tanto quanto você?

Sonia Hirsch é jornalista e escritora voltada para promoção da saúde. Texto extraído do seu livro Mamãe eu Quero – editora Corre Cotia

 
LEITE E HORMÔNIOS SINTÉTICOS CAUSAM OSTEOPOROSE
  
  
     


Contrariamente à onda publicitária do meio médico, na verdade os hormônios sintéticos, os laticínios e  a maioria dos suplementos de cálcio enfraquecem os ossos e têm outras influências negativas sobre a saúde. 
Extraído de Nexus Magazine, volume 5, número #6 (outubro-novembro de 2000). PO Box 30, Mapleton Qld 4560 Australia. nexus@peg.apc. org nexus@peg.apc. org Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo Telefone: +61 (0)7 5442 9280; Fax: +61 (0)7 5442 9381 De nossa página na internet: http://www.nexusmagazine.com  nexus@peg.apc. org
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UMA NOVA DOENÇA, UMA NOVA OPORTUNIDADE COMERCIAL
Hoje em dia, a osteoporose é notícia - e negócio.   Como doença, saiu da obscuridade há apenas duas décadas para tornar-se uma preocupação das mulheres de todo o mundo industrializado. Campanhas publicitárias nos meios de comunicação e folhetos nas salas de espera dos médicos e nas farmácias alertam as mulheres o tempo todo para o perigo do sumiço da massa óssea. 
A onda de propaganda anuncia que uma em cada duas mulheres com mais de 60 anos vai provavelmente esfarelar-se com uma fratura osteoporótica (mas um homem de cada três também terá osteoporose) ; que a incidência de fraturas de quadril excede a de câncer de mama, colo e útero combinados; e que 16% das pacientes que sofrem fraturas de quadril morrerão dentro de seis meses, enquanto 50% exigirão cuidados constantes a longo prazo1. 
 
As estatísticas também dizem que, nos Estados Unidos, mais de 20 milhões de pessoas têm osteoporose e cerca de 1,3 milhão por ano sofrerão fratura óssea em decorrência da doença. Em 1993 os Estados Unidos sofreram a perda estimada de 10 bilhões de dólares devido à perda de produtividade e ao custo do tratamento de saúde relativos à osteoporose. Contudo, é importante examinar estas estatísticas dentro de seu contexto. Embora seja verdade que ocorram mortes de homens e mulheres que sofreram fraturas de quadril, em geral essas pessoas são muito idosas e fracas. As pessoas que morrem de fraturas de quadril não só são as mais fracas como também sofrem de outros problemas. 
As mulheres são bombardeadas o tempo todo com a mensagem de que a guerra à perda óssea deve incluir suplementos de cálcio e o consumo diário de alimentos ricos neste mineral, principalmente laticínios. Os médicos recomendam insistentemente às mulheres que passaram pela menopausa o uso a longo prazo de estrogênio (sintético) e, se mais ajuda é necessária, indicam o uso de drogas que estimulam a formação óssea, como o Fosamax. Assim, asseguram à mulher que, armada com este arsenal poderoso, ela poderá andar ereta, sem risco de fraturas, até o fim de sua vida. Infelizmente, isto está longe da verdade. 
 
Na verdade, os tratamentos mais populares para a osteoporose são perigosos para a saúde da mulher. Sabe-se que o estrogênio sintético é uma droga carcinogênica. A maioria dos suplementos de cálcio é não só ineficaz na reconstrução óssea como podem levar realmente a deficiências minerais, à calcificação das articulações e a pedras nos rins. E, ao contrário da crença popular, já se provou que os laticínios são uma das causas principais de perda óssea. 
 
A INDÚSTRIA DA OSTEOPOROSE: UMA ALIANÇA IMORAL 
A osteoporose fez brotar uma indústria de crescimento fenomenal. A venda de um único remédio à base de estrogênio, o Premarin, atingiu 940 milhões de dólares em 1996. A indústria americana de laticínios floresce com sua receita anual de 20 bilhões de dólares4. E a venda de suplementos de cálcio está numa espiral ascendente rumo às centenas de milhões de dólares. 
A indústria da osteoporose criou não só um imenso mercado para seus produtos; foi também especificamente projetada para atingir as mulheres. É óbvio que a amedrontadora campanha publicitária da osteoporose como "ladrão silencioso" que ataca os ossos das mulheres já se pagou. Infelizmente, as mulheres, inocentes, não sabem que, na verdade, estão sendo atacadas por uma aliança imoral das empresas farmacêuticas, dos profissionais da medicina e da indústria de laticínios, que orquestraram uma das manobras propagandísticas mais bem sucedidas e planejadas da história. 
 
Ao distorcer os fatos, manipular as estatísticas e ocultar pesquisas científicas na busca do lucro, mais uma vez esta poderosa aliança pôs vidas em perigo ao expor as mulheres à incidência crescente de doenças como câncer de mama e ovário, derrames, males do fígado e da bexiga, doenças coronarianas, alergias, pedras nos rins e artrite. 
 
AS RAÍZES DO EMBUSTE 
 
A Segunda Guerra Mundial anunciou um importante ponto de virada na medicina. Antes da guerra, as empresas farmacêuticas eram, em sua maioria, pequenos negócios envolvidos principalmente na fabricação de fórmulas à base de ervas. O surgimento de uma ciência mais sofisticada depois da guerra mudaria para sempre a face da medicina. Segundo Sandra Coney, autora de The Menopause Industry (A indústria da menopausa): "Utilizando o poder e o prestígio da ciência, a medicina entrou numa nova era 'moderna', tornando obsoleta a abordagem das 'mãos que curam'. A medicina poderia desenvolver uma tecnocracia na qual os especialistas estivessem armados com a química e a  maquinaria." 5 
O desenvolvimento de hormônios sintéticos acompanha o crescimento da indústria farmacêutica. A criação do primeiro estrogênio sintético, o dietil-estilbestrol (mais conhecido como DES), seguida de perto pela descoberta de um processo para sintetizar hormônios esteróides a partir da urina de éguas grávidas (o remédio é conhecido nos Estados Unidos como Premarin), trouxe finalmente ao mercado uma fonte barata de estrogênio. 
 
A introdução de anticoncepcionais orais em 1960 deu início ao primeiro uso disseminado dessas drogas por mulheres. Poucos anos depois, em 1966, as mulheres em menopausa tornaram-se o foco da indústria que não parava de crescer. O mito infeliz de que todas as mulheres na menopausa sofreriam destruição e ruína totais de seus corpos e mentes sem suplementação de estrogênio espalhou-se como fogo de palha nos países industrializados. Foi o paraíso para a indústria farmacêutica, pois as mulheres acorreram a tomar esta suposta pílula da "fonte da juventude". 
 
Embora tenha havido alertas esporádicos a respeito do estrogênio durante quase 30 anos, na prática a corrida ao lucro ignorou-os. Sabia-se, em especial, que a estrona, forma de estrogênio contida no Premarin, podia ser associada ao desenvolvimento de câncer do endométrio (revestimento do útero). 
 
Sandra Coney escreve: "Já em 1947, um jovem pesquisador da Columbia University, dr. Saul Gusberg, relatou que havia um fluxo constante de usuárias de estrogênio fazendo curetagem para diagnóstico de sangramentos anormais. Os resultados patológicos das curetagens mostraram superestimulação do endométrio."6 
 
A bolha explodiu em 1975 com a publicação de um estudo importante na prestigiosa revista New England Journal of Medicine que demonstrava que o risco de câncer do endométrio aumentava 7,6 vezes em mulheres que usavam estrogênio. Usuárias de longo prazo corriam risco ainda maior. As mulheres que usavam estrogênio há sete ou mais anos tinham probabilidade de desenvolver câncer do endométrio 14 vezes maior do que as que nunca usavam o hormônio. 
 
Naquele mesmo mês, dados do registro de câncer da Califórnia confirmaram a descoberta. Entre as mulheres brancas com 50 anos ou mais, houvera um aumento de mais de 80% do câncer de endométrio entre 1969 e 1974.8 
 
Cresciam as provas dos perigos do estrogênio. Além do câncer de endométrio, o estrogênio foi ligado também ao câncer de mama e de ovário, aos males do fígado e da bexiga e ao diabetes. Surgiram mais questões a respeito de outros possíveis efeitos colaterais. 
O Premarin, estrela em ascensão da fábrica Ayerst, começou a sofrer um sério declínio, assim como o lucro da empresa. Houve uma queda dramática das indicações de uso de hormônios no mundo todo. O uso de estrogênio caiu 18% de 1975 a 1976 e mais 10% de 1976 a 1977.9 
 
A ARTE DE MANIPULAR A PERCEPÇÃO 
 
Algo tinha de ser feito para salvar um mercado tão lucrativo. Como o estrogênio isolado era acusado de causador do câncer de endométrio, as empresas farmacêuticas, reconhecendo o erro da recomendação de estrogênio isolado às mulheres com úteros intactos, tentaram consertar o fiasco adicionando- lhe uma progesterona sintética, a progestina. Argumentou-se que a progestina protegeria o útero dos efeitos proliferativos do estrogênio (como acontece na natureza), embora não tenham sido realizados estudos de longo prazo para provar a segurança da combinação de progestina e estrogênio. Assim, surgiu a terapia de reposição hormonal (TRH) - terapia de estrogênio em nova embalagem. 
Contudo, as mulheres começavam a questionar a sério o problema do uso de hormônios sintéticos, e assim a indústria farmacêutica precisou encontrar uma razão irresistível para atraí-las de volta aos hormônios. A osteoporose, doença de que 77% das mulheres da época jamais tinham ouvido falar, estava à espera nos bastidores. Como explica Sandra Coney: "Com o objetivo de reabilitar a TRH, as mulheres foram sido submetidas a uma 'campanha cuidadosamente orquestrada' para advogar o estrogênio como forma de prevenção da osteoporose. "10 
Para alterar a percepção dos hormônios pelo público e exonerar seus efeitos ameaçadores sobre a vida, foi preciso criar algumas pré-condições: a gravidade da osteoporose tinha de ser imposta; as mulheres precisavam compreender que ela era a "sua" doença; a menopausa tinha de ser definida como causa principal; e as mulheres tinham de considerar trivial o risco de câncer, quando comparado aos benefícios. 
Na literatura médica, a osteoporose era originalmente considerada um problema dos ossos, e não das mulheres. Examinando-se as fraturas de quadril em termos de efeitos sobre o indivíduo e custos para o país, os homens têm metade das fraturas das mulheres e maior probabilidade que as mulheres de morrer em decorrência delas. Mas pouco se fala sobre homens e osteoporose. O "fator masculino" foi intencionalmente deixado de lado porque não se ajustava à redefinição do mal como doença feminina causada por falta de estrogênio. Esta estratégia foi necessária para promover a TRH. 
 
Para conseguir isso, a Ayerst contratou uma grande empresa de relações públicas para vender a osteoporose. Eles tinham muito trabalho a fazer. Foi lançada uma grande campanha publicitária dirigida às revistas femininas. Médicos especialistas foram enviados para pregar o evangelho da TRH e da osteoporose em programas de rádio e televisão. Trabalhadores da saúde foram alistados para passar a mensagem a médicos e consumidores. Uma velha desfigurada, corcunda e curvada, foi o símbolo da tática de choque da campanha, e conseguiu instilar o medo no coração das mulheres. Comentários como "A invalidez que a osteoporose pode causar é muito mais grave que o suposto risco de câncer do endométrio"11 e "Mesmo que você tome estrogênio sem progesterona, tem 15 vezes mais chance de morrer de fratura de quadril que de câncer do endométrio"12  foram usadas para seduzir as mulheres a voltar aos hormônios. 
 
A campanha inspirada pela indústria farmacêutica para revender o estrogênio com uma imagem mais limpa foi espantosamente bem sucedida. Sandra Coney observa: "Na década de 90, é total a reorientação da osteoporose como doença feminina. Hoje é obrigatório incluir a osteoporose como "sintoma" importante em qualquer discussão da menopausa. Ao convencer o público e os médicos de que a osteoporose é um distúrbio incapacitante e 'assassino' e que o estrogênio é a única cura, a TRH imbuiu-se de um tipo de santidade. A TRH oferece a salvação onde ela não existe, resgatando as mulheres de um destino impensável de velhas caducas e deformadas. Em vista disso, como alguém seria ingrato a ponto de levantar a questão do risco?"13 
 
O bom senso foi jogado pela janela no caso da terapia hormonal. Não houve discussão da sabedoria ou da ética de medicar um número imenso de mulheres saudáveis e assintomáticas com drogas à base de estrogênio, reconhecidas entre "as drogas mais potentes da  farmacopéia"14. O fato de que este enfoque jamais fora recomendado para nenhum outro remédio ou para a prevenção de nenhuma outra doença não tinha importância. A passagem da TRH de tratamento a terapia preventiva de longo prazo aconteceu sem debate ou justificativa. 
 
A osteoporose tornou-se um tema de alto nível porque vende coisas. Além de ressuscitar a TRH e garantir sua posição de frente no conjunto de tratamentos, a indústria de laticínios e as empresas farmacêuticas que produzem suplementos de cálcio pegaram carona no trem da osteoporose. A osteoporose atendia a vários interesses. Veio em socorro da indústria de laticínios numa época em que as vendas caíam por causa da ansiedade das pessoas quanto ao consumo de alimentos que contivessem gorduras saturadas. Foi adicionado cálcio ao leite desnatado, transformando assim o leite num produto que poderia ser vendido como saudável - como prevenção da osteoporose. Alertaram às mulheres que seus ossos ficariam quebradiços caso não tomassem cálcio a mais com os novos laticínios fortificados15. 
Os fabricantes de suplementos de cálcio também alegaram que seus produtos poderiam impedir a perda óssea, apesar do fato de não existir provas absolutas de que isto seja verdade. Em 1986, os consumidores americanos gastaram 166 milhões de dólares com suplementos de cálcio. Antes da mania do cálcio, e contribuindo para ela, o National Institute of Health (Instituto Nacional da Saúde, ou NIH) dos Estados Unidos recomendou, em 1985, que as mulheres aumentassem sua ingestão diária de cálcio. Em 1989, o NIH avisava que os promotores do cálcio "prometem mais cálcio do que vendem"16. 
 
OSSOS A OLHO NU
 
Para compreender os muitos mitos sobre a osteoporose e os tratamentos recomendados, é vital entender a natureza dos ossos. O osso é um tecido vivo que sofre transformações constantes. Pode parecer estático, mas seus componentes básicos renovam-se continuamente. A qualquer momento, em todos nós, há de 1 a 10 milhões de pontos onde pequenos segmentos de osso velho se dissolvem e cria-se osso novo para substituí -los. O tecido ósseo é nutrido e desintoxicado por vasos sangüíneos em trocas constantes com o corpo todo17. Um corpo saudável garante ossos saudáveis. As células que formam os ossos são de dois tipos: osteoclastos e osteoblastos. A tarefa dos osteoclastos é viajar pelo osso em busca de osso velho que precise ser renovado. Os osteoclastos dissolvem o osso e deixam para trás minúsculos espaços vazios. Então, os osteoblastos vão ocupar estes espaços para construir novo osso. Desta forma, o osso cura-se e renova-se a si mesmo num processo chamado de "remodelamento" . Esta capacidade de consertar-se é extremamente importante. O desequilíbrio do remodelamento ósseo contribui para a osteoporose.
 
Quando se destrói mais osso velho do que se constrói osso novo, acontece a perda óssea. A troca dos ossos nunca pára completamente. Na verdade, depois dos 50 anos a taxa aumenta, embora não seja bem coordenada. As células que fabricam osso, os osteoblastos, tornam-se cada vez menos capazes de preencher completamente os espaços abertos pelos osteoclastos18. A quantidade máxima inicial de osso e a taxa de perdas determinam a densidade de nossos ossos. A densidade varia muito entre os indivíduos, culturas, raças e sexos. Como explica a dra. Susan Love, autora de Dr Susan Love's Hormone Book(O livro dos hormônios da dra. Susan Love): "... o termo correto para baixa densidade óssea é 'osteopenia' . É apenas um dos fatores da osteoporose e das fraturas dela resultantes. Outro fator é a micro-arquitetura do osso. Quando os osteoclastos absorvem mais osso do que se refaz, a micro-arquitetura torna-se frágil. Com o enfraquecimento, o pulso e o quadril tornam-se mais vulneráveis a fraturas. Na verdade, suas vértebras não são fraturadas ou quebradas, mas sim desfeitas, causando perda de altura e, caso se esmaguem vértebras suficientes, surge uma corcunda."19
 
Até que ponto é real a "síndrome da corcunda"? Segundo o dr. Bruce Ettinger, endocrinologista e professor assistente de clínica médica na Universidade da Califórnia: "... as mulheres não deveriam preocupar-se com a osteoporose. A osteoporose que causa dor e invalidez é uma doença muito rara. Só 5% a 7% das pessoas de 70 anos apresentam colapso vertebral; só metade dessas terão duas vértebras envolvidas; e talvez um quinto ou um sexto apresentarão sintomas. Tenho uma longa prática e pouquíssimos pacientes curvados. Tem havido muito bla-bla-blá ultimamente, um monte de mulheres preocupadas e um excesso de exames e receitas de remédios."20 A definição médica de osteoporose costumava ser "fraturas causadas por ossos pouco densos". 
 
Mais recentemente ela foi redefinida como "doença caracterizada por reduzida massa óssea e deterioração micro- arquitetônica do tecido ósseo que leva a fragilidade óssea crescente e conseqüente aumento do risco de fraturas"21. Contudo, há um problema na definição de osteoporose como doença e não como fratura. A massa óssea reduzida é apenas um fator de risco da osteoporose, e não a osteoporose propriamente dita. É um sinal de alerta que pode ser útil para que você comece a pensar em maneiras de impedir a ocorrência da doença. A dra. Love apresenta uma anologia notável: "É como definir a doença coronariana como nível elevado de colesterol em vez de enfarte do miocárdio. Não é preciso dizer que esta nova definição aumentou o número de mulheres e homens que sofrem de osteoporose. "22
 
Embora a nova doença tenha dois componentes, a massa óssea e a micro-arquitetura, esta última é praticamente ignorada. O problema é que, hoje em dia, somente a densidade óssea pode ser medida. Além disso, nem todo mundo com baixa densidade óssea sofrerá fraturas. Por exemplo, as mulheres asiáticas têm baixa densidade óssea, mas taxa baixíssima de fraturas. A suposição generalizada tem sido que, quando o osso chega a certo nível de porosidade, torna-se mais sujeito a fraturas. Agora que se conhece melhor a fisiologia óssea, fica claro que isso não é tudo. O osso não se quebra somente por causa da porosidade. Especialista importante em ossos e autora de Better Bones, Better Body (Ossos melhores, corpo melhor), Susan E. Brown, PhD, afirma: "A osteoporose sozinha não causa fraturas ósseas. Isso é documentado pelo simplesfato de que metade da população com ossos osteoporóticos nunca sofre fraturas. "23
 
Lawrence Melton, da Clínica Mayo, observou já em 1988: "A osteoporose sozinha pode não ser suficiente para produzir tais fraturas osteoporóticas, já que muitos indivíduos nunca sofrem fraturas mesmo nos subgrupos de densidade óssea mais baixa. A maioria das mulheres com mais de 65 anos e dos homens com mais de 75 perderam ossos suficiente para colocá-los sob risco significativo de osteoporose, mas ainda assim muitos nunca têm fratura alguma. Aos 80 anos, praticamente todas as mulheres dos Estados Unidos são osteoporóticas segundo a densidade óssea do quadril, mas por ano apenas um pequeno percentual delas sofre fraturas de quadril."24
 
Por que hoje parece haver mais mulheres com osteoporose do que no passado? Como explica a dra. Love: "... parte deste aumento nada mais é do que mudança de definição... Não é preciso dizer que quanto mais amplos os critérios usados para definir a osteoporose mais mulheres ficarão nesta categoria. O nível de densidade óssea que define a osteoporose foi colocado bem alto, resultando que a maioria das mulheres mais velhas ficará na categoria de "doença" - o que é ótimo para os que estão no negócio de tratamento de doenças."25
 
AS CAUSAS MÍTICAS DA OSTEOPOROSE
 
Há muitas culturas no mundo em que as mulheres, depois da menopausa, têm boas condições físicas e são ativas e saudáveis até o fim da vida. Também é verdade que as mulheres destas culturas não sofrem de osteoporose. Se a menopausa sozinha fosse na verdade uma das causas da osteoporose, todas as mulheres do mundo estariam inválidas por causade fraturas. É claro que este não é o caso. As mulheres maias vivem 30 anos depois da menopausa mas não contraem osteoporose , não perdem altura, não desenvolvem corcundas e seus ossos não quebram. 
Uma equipe de pesquisadores analisou seus níveis hormonais e densidade óssea e descobriu que seu nível de estrogênionão era mais alto que o das mulheres americanas brancas - e em alguns casos era ainda mais baixo.. Os testes de densidade óssea mostraram que a perda óssea ocorria nestas mulheres no mesmo ritmo que em suas colegas americanas26. Costumava-se pensar que todas as mulheres sofriam um decréscimo considerável dos ossos por causa do baixo nível de estrogênio na menopausa, e assim se disse que a deficiência de estrogênio era acausa da osteoporose. O prosseguimento das pesquisas desautorizou esta idéia. Os estudos que acompanharam a densidade óssea de mulheres no decorrer do tempo mostraram que, embora algumas mulheres percam muito osso na menopausa, outras perdem pouco; e também, que algumas perdas começam mais cedo27. 
 
Um dos estudos, que usou exames de urina para medir a perda de cálcio, descobriu que algumas mulheres são "eliminadoras rápidas" enquanto outras são "eliminadoras normais". Se a osteoporose deve-se à deficiência de estrogênio, deveríamos encontrar níveis de estrogênio mais baixos nas mulheres com osteoporose do que nas que não apresentam a doença. No entanto, os estudos mostraram que o nível de hormônio sexual depois da menopausa é semelhante em mulheres com ou sem osteoporose28. A dra. Susan Brown comenta: "Mesmo nos Estados Unidos, onde a osteoporose é comum, muitas mulheres mais velhas mantêm-se livres da doença. Além disso, as taxas mais altas de osteoporose entre os homense mais baixas entre as mulheres de algumas culturas não sustenta a noção de que a perda óssea excessiva se deva ao declínio da produção ovariana de estrogênio. E para acrescentar mais uma dimensão, descobrimos que mulheres vegetarianas tem nível sérico mais baixo de estrogênio mas densidade óssea mais elevada que mulheres carnívoras."29
 
Obviamente, dizer que a osteoporose é uma doença isolada e inevitável que ocorre em todas as mulheres na menopausa é uma simplificação grosseira. A mulher que remove os ovários cirurgicamente tem o dobro de perda óssea da mulher que passa pela menopausa natural. Como os ovários continuam a produzir outros hormônios que não o estrogênio depois da menopausa, fica óbvio que o estrogênio é apenas um dos fatores relacionados à perda óssea. A dra. Jerilynn Prior, professora de endocrinologia da Universidade da Colúmbia Britânica, realizou pesquisas que contradizem seriamente o papel-chave do estrogênio na prevenção da perda óssea.. Sua pesquisa confirma que o papel do estrogênio no combate à osteoporose é muito pequeno. Em seu estudo com mulheres atletas, ela descobriu que a osteoporose acontecia quando as atletas se tornavam deficientes em progesterona, ainda que seu nível de estrogênio continuasse normal. A dra. Prior continuou a pesquisa com mulheres não atletas, e obteve o mesmo resultado. 
 
Embora ambos os grupos de mulheres menstruassem, tinham ciclos anovulatórios (não ovulavam), e, assim, deficiência de progesterona. Como resultado de sua extensa pesquisa, ela confirmou que não é o estrogênio, mas a progesterona que constitui o hormônio chave da construção óssea.. Tais estudos questionam seriamente o vínculo entre a deficiência de estrogênio e a osteoporose30. O dr. John Lee, médico, pesquisador e importante autoridade nos tratamentos com hormônios naturais, realizou um estudo de três anos em que tratou com progesterona natural 63 mulheres já na menopausa. Elas mostraram um aumento de 7% a 8% da densidade óssea no primeiro ano, de 4% a 5% no segundo ano e de 3% a 4% no terceiro ano. A descoberta foi reforçada pelo dr. William Regelson, outro especialista em hormônios. "Dado o fato de que 25% de todas as mulheres correm o risco de desenvolver osteoporose, penso ser inconcebível que o papel da progesterona nesta doença tenha sido negligenciado. "31.
 
Embora o estrogênio tenha papel importante e complexo na manutenção da saúde dos ossos, a osteoporose não pode simplesmente ser atribuída ao nível baixo de estrogênio que ocorre na menopausa. Numerosos fatores dietéticos, cotidianos e endócrinos contribuem para o desenvolvimentoda perda excessiva de tecido ósseo. A osteoporose não é produzida simplesmente pela falta de um único hormônio. A intenção de transformar a menopausa e a deficiência de estrogênionas principais causas da osteoporose deu à TRH nova legitimidade como tratamento preventivo de longo prazo desta doença. Ainda que se tenha provado que o estrogênio tem alguma eficácia no retardamento da taxa de perda óssea por reduzir o ritmo em que as céluas ósseas são reabsorvidas, ele não pode reconstruir o osso. 
 
Infelizmente, este benefício não atinge todas as mulheres. Para ter alguma eficácia nas mulheres em maior risco após a menopausa - as que têm 70 anos ou mais - elas deveriam tomar estrogênio continuamente durante décadas. Este, então, torna-se um dilema bastante sério para as elas. Sabe-se hoje que a TRH aumenta o risco de câncer de mama em 10% ao ano para cada ano de uso. Dez anos de TRH aumentam o risco em 100%32. É óbvio que os numerosos riscos da TRH ultrapassam em muito os efeitos benéficos bastante limitados para os ossos, principalmente quanto há tantas alternativas mais seguras e eficazes. O aumento do risco de uma doença mortal vale realmente a pena?
 
O MITO DA DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO
 
Quando perguntamos as causas da osteoporose, a maioria das pessoas repetirá : "falta de cálcio". Esta idéia é reforçada todos os dias quando se lembra às mulheres que tomem seus três copos de leite por dia e seus suplementos de cálcio. Mesmo mulheres jovens, saudáveis e não osteoporóticas andam paranóicas com a perda potencial de massa óssea e tomam precauções para aumentar a força de seus ossos com bastante cálcio. O medo de cálcio insuficiente tornou-se obsessão nacional. Há mesmo um déficit nacional de cálcio? Como o osso é composto em grande parte de cálcio, parece lógico vincular a ingestão de cálcio à saúde dos ossos. As mulheres ocidentais são hoje encorajadas a consumir pelo menos 1.000 a 1.500 mg de cálcio por dia. No entanto é curioso que os dados de outras culturas mostrem claramente que, em países menos desenvolvidos, onde as pessoas consomem pouco ou nenhum laticínio e ingerem menos cálcio no total, há taxas muito mais baixas de osteoporose33. Os bantus da África têm a taxa mais baixa de osteoporose de todas as culturas, mas consomem apenas de 175mg a 476mg de cálcio por dia. 
 
Os japoneses ingerem em média 540mg por dia, mas as fraturas vertebrais da pós-menopausa tão comuns no Ocidente são quase desconhecidas no Japão. No total, sua taxa de fratura vertebral é metade da dos Estados Unidos. Tudo isso é verdade, embora os japoneses tenham uma das expectativas de vida mais longa dentre todos os povos. Estudos de populações da China, Gâmbia, Ceilão, Suriname, Peru e outras culturas apresentam descobertas semelhantes de baixa ingestão de cálcio e taxas reduzidas de osteoporose34. O antropólogo Stanley Garn, que estudou a perda óssea durante um período de 50 anos em povos do norte e docentro da África, não conseguiu encontrar relação entre a ingestão de cálcio e a perda óssea35. Embora todos concordem que a ingestão adequada de cálcio seja absolutamente necessária para o desenvolvimento e a manutenção de ossos saudáveis, não há padrão de ingestão ideal de cálcio. Também fica óbvio em todos esses estudos que a ingestão elevada de cálcio não é necessária para se ter ossos saudáveis. Há, certamente, um problema com a saúde óssea nas culturas ocidentais. No entanto, outros fatores vitais que determinam o processo complexo da saúde óssea devem ser compreendidos. 
 
Os ossos são afetados pela ingestão de outros nutrientes constitutivos dos ossos, pelo consumo de substâncias potencialmente prejucidiais como o excesso de proteínas, o sal, a gordura saturada e o açúcar; pelo uso de algumas drogas, álcool, cafeína e tabaco; pelo nível de exercícios físicos; pela exposição ao sol e a toxinas ambientais; pelo impacto do estresse; pela remoção dos ovários e do útero; e por muitos fatores que limitam o funcionamento das glândulas endócrinas. Há pelo menos 18 nutrientes fundamentais na construção óssea, essenciais para a saúde ótima dos ossos. Se a dieta de alguém for deficiente em qualquer destes nutrientes, os ossos sofrerão. Entre eles, estão fósforo, magnésio, manganês, zinco, cobre, boro, silício, flúor, vitaminas A, C, D, B6, B12, K, ácido fólico, ácidos graxos essenciais e proteínas.
 
O corpo só usa os sais minerais quando estão no equilíbrio correto. Por exemplo, meninas que consomem dietas ricas em carne, refrigerantes e alimentos industrializados com alto teor de fósforo apresentam perda alarmante de massa óssea36. A proporção elevada de mais de fósforo em relação ao cálcio provocará a retirada de cálcio dos ossos para compensar. As provas científicas demonstram sem sombra de dúvida que, sozinhos, os suplementos de cálcio simplesmente não funcionam37. E ao contrário do pensamento popular, a suplementação com cálcio não reduz o risco de fraturas. Há hoje provas de que um nível elevado de suplementação com cálcio está na verdade associado a um aumento de 50% do risco defraturas38. 
 
Contudo, ainda assim, não há prova de que o aumento de ingestão de cálcio depois da menopausa, por meio de suplementos ou da dieta, impeça fraturas. Na verdade, vários estudos indicam que isso não parece reduzir de forma alguma a incidência de fraturas. No número de agosto de 1978 da revista Science afirmou-se que "o vínculo entre cálcio e osteoporose foi feito com bases insuficientes" e que os anunciantes estavam muito à frente das provas científicas. Mas uma dieta rica em cálcio na primeira infância e os anos anteriores à menopausa realmente fortalece os ossos, reduzindo o risco de sua porosidade depois da menopausa. Os piores suplementos de cálcio são farinha de osso, conchas e dolomita, porque não podem ser absorvidos com eficiência e talvez contenham chumbo. A ingestão excessiva de cálcio também causa prisão de ventre e, pior, pedras nos rins e calcificação das articulações.
 
A forma mais eficiente de suplementação é a hidroxiapatita (principalmente se for formulada com boro). Este é o suplemento de cálcio mais natural e um alimento completo para os ossos39.E quanto aos laticínios? O dr. Michael Colgan, conhecido pequisador da nutrição, escritor e fundador do Instituto Colgan nos Estados Unidos, disse: "O conselho médico de tomar leite para impedir a osteoporose é um total papo furado." Depois de tudo o que nos ensinaram, é chocante descobrir que os laticínios contribuem para a perda óssea. Os países que consomem maior quantidade de laticínios também apresentam as taxas mais altas de osteoporose; os países que não consomem laticínios têm as taxas mais baixas de osteoporose.
 
Na sabedoria do corpo, a prioridade máxima é manter o equilíbrio apropriado entre ácidos e bases no sangue. Uma dieta rica em proteínas da carne e dos laticínios apresenta alto risco de osteoporose porque torna o sangue muito ácido. O cálcio, então, precisa ser extraído dos ossos para restaurar o equilíbrio correto. Como o cálcio do sangue é usado por todas as células do corpo para manter sua integridade, oo rganismo sacrifica o cálcio dos ossos para manter a homeostase. Num estudo de um ano de duração com 22 mulheres que já haviam passado pela menopausa, não houve melhora significativa do nível de cálcio quando sua dieta foi suplementada diaramente com três copos de 300ml de leite magro (equivalente a 1.500 mg de cálcio). Os autores afirmaram que este resultado deveu-se ao "aumento médio de 30% da ingestão de proteínas durante a suplementação com leite." Como o leite magro contém quase o dobro de proteínas do leite integral, promove uma taxa ainda maior de eliminação de cálcio. Num estudo de doze anos recentemente publicado, com quase 78.000 mulheres, concluiu-se que o consumo de leite não protege de fraturas de quadril ou antebraço. Na verdade mulheres que tomam leite apresentaram risco significativamente ampliado de fratura e o consumode leite na adolescência não protegeu da osteoporose41.
 
Ainda há outros problemas nos laticínios. Eles contêm antibióticos, hormônios estrogênicos, inseticidas e uma enzima que é fator conhecido do câncer de mama. Além disso, outro estudo recente revelou que as mulheres com intolerância à lactose que bebiam leite apresentavam risco maior de câncer de ovário e infertilidade42.
 
O ENGODO DAS DROGAS QUE FORMAM OSSOS
 
As empresas farmacêuticas propagandeiam mais outra arma em seu arsenal contra a osteoporose: remédios que prometem deter a perda óssea. Uma das drogas preferidas é o Fosamax, único remédio não hormonal aprovado pela FDA norte-americana para o tratamento da osteoporose. Estudos sobre esta droga foram espertamente interrompidos depois de quatro a seis anos. É justamente este o ponto em que a taxa de fraturas de mulheres que tomam drogas semelhantes começa a crescer. Assim, embora o Fosamax pareça à primeira vista aumentar a densidade óssea, na verdade ele reduz a resistência dos ossos. O Fosamax é um veneno metabólico que, na verdade, mata os osteoclastos necessários para manter o equilíbrio dinâmico dos ossos. 
 
Além disso, ele pode causar danos severos e permanentes ao esôfago e ao estômago. Também sobrecarrega os rins e pode provocar diarréia, flatulência, urticária, dores de cabeça e dores musculares. Ratos que receberam dosagens elevadas desenvolveram tumores da tireóide e das supra-renais. O Fosamax também causa deficiências de cálcio, magnésio e vitamina D, essenciais para o processo de construção óssea44.
 
PARA CONSTRUIR OSSOS SAUDÁVEIS
 
Está claro que os tratamentos mais recomendados às mulheres pelos médicos - TRH, suplementos de cálcio, laticínios e remédios - com certeza beneficiaram principalmente a sociedade médica e a indústria farmacêutica. O benefício real a longo prazo para as mulheres é mínimo, na melhor das hipóteses, e, na pior delas, uma ameaça à vida. Por sorte há outras opções capazes não só de prevenir o crescimento da deterioração da densidade óssea e a má cicatrização óssea como também aumentar a massa óssea de mulheres de todas as idades. 
Segundo a dra. Susan Brown, as seis áreas de intervenção que formam o programa mais vigoroso e confiável para a construção e manutenção dos ossos incluem: maximizar a ingestão de nutrientes, aumentar o vigor digestivo, minimizar a ingestão de antinutrientes, exercitar-se (principalmente com pesos), desenvolver uma dieta alcalina e promover a vitalidade endócrina. Ela acredita que "não importa onde você está na evolução da saúde óssea, não importa qual foi o seu estilo de vida; nunca é tarde demais para começar a reconstruir ossos saudáveis."45
 
Algumas das principais linhas-guia para prevenir a perda de massa óssea, detê-la ou restaurá-la incluem a suplementação com progesterona natural , hidroxiapaptite, citrato de cálcio ou fórmulas herbáceas chinesas Na hora de garantir ossos saudáveis, é importante lembrar que não vale apenas o que se põe para dentro do corpo, mas também o que não se põe. Cada vez mais estudos corroboram os efeitos extremamente benéficos de um programa de exercídios regulares com pesos para aumentar a densidade óssea das mulheres depois da menopausa. 
 
A tendência vitalícia da mulher a fazer regime para emagrecer tem sido causa não reconhecida de perda óssea. Pelo menos sete estudos bem controlados demonstraram que, quando uma mulher faz regime e perde peso, também perde osso. Um estudo recente descobriu que, em menos de 22 meses, mulheres que se exercitavam três vezes por semana aumentaram suadensidade óssea em 5,2%, enquanto mulheres sedentárias perderam 1,2% 46. O treinamento eficaz inclui exercícios como subir ladeiras, pedalar em marcha pesada, subir escada e exercitar-se com pesos. A osteoporose não é uma doença do envelhecimento nem uma deficiência de estrogênio ou cálcio, mas uma doença degenerativa da cultura ocidental. Nós a causamos em nós mesmos por meio dos maus hábitos alimentares, do estilo de vida e da exposição a drogas farmacêuticas. Foi nossa ignorância que nos deixou vulneráveis aos interesses ocultos que distorceram intencionalmente os fatos e sacrificaram de bom grado a saúde de milhões de mulheres no altar do lucro e da ganância. Só com nossa disposição de assumir a responsabilidade por nossos corpos e de nos dedicarmos a voltar a uma forma de vida saudável e equilibrada é que seremos capazes de andar eretos e fortes pelo resto da vida.
Sobre a autora: Sherrill Sellman é autora de Hormone Heresy: What Women MUST Know About Their Hormones (Heresia hormonal: o que as mulheres DEVEM saber sobre seus hormônios). Devido à grande demanda de aconselhamento quanto à saúde hormonal e alternativas hormonais naturais por parte de mulheres de toda a Austrália e para referência de profissionais de saúde interessados, Sherrill fundou o Serviço de Aconselhamento e Referência sobre Saúde Hormonal Natural. Desde 16 de novembro de 1998 o serviço está disponível pelo telefone 1902 211 191 (na Austrália).
No Brasil: (48) 32373714 ou 99929818 - Alessandro Luiz Freire
 
Notas:
1. Royal Australasian College of Physicians, Grupo de Trabalho sobreOsteoporose, relatório, 1991.
2. USA Health Facts, www.MedicineNet. com, p. 1.
3. Agência de notícias Reuters, 5 de novembro de 1996.
4. Transcrição de entrevista coletiva à imprensa de Robert Cohen, 10de junho de 1998, website <www.notmilk. com>.
5. Coney, Sandra, The Menopause Industry, Spinifex, Victoria,Austrá lia, 1993, p. 163.
6. op. cit., p. 164.7. Ziel, H. e W. Finkle (1975), "Increased risk of endometrialcarcinom a among users of conjugated estrogen", New England Journal ofMedicine 293:1167-70. 8. Coney, op. cit., p. 165.9. Donaldson, Angela, "Oestrogen: the menopause miracle", Woman's Day,Nova Zelândia, 10 de fevereiro de 1991, pp. 28-29.10. Coney, op. cit., p. 169.11. Resnick, N. e S. Greenspan (1989), "Senile osteoporosisreconsi dered", JAMA 261(7):1025- 29.12. Hutchinson, T., S. Polansky e A. Feinstein (1979),"Post- menopausal estrogens protect against fractures of hip and distalradius: a case control study", Lancet 2:705-9.13. Coney, op. cit., p. 171.14. Salhanic, H. A. (1974), "Pros and cons of estrogen therapy forgynecologic conditions", in Controversy in Obstetrics and Gynecology(D. Reid e C. D. Christian, eds.), Saunders, Filadélfia, pp. 801-08.15. Bonn D., "HRT and the Media", palestra apresentada na Women'sHealth Concern Conference, Cardiff, 31 de maio de 1989.16. Stevenson, J., "Osteoporosis: the silent epidemic", Update, 1 deagosto de 1986, pp. 211-16.17. Frost, H. (1985), "The pathomechanics of osteoporosis" , Clin.Orthop. 200:198-225. 18. Love, Susan, MD, Dr Susan Love's Hormone Book, Random House, NovaYork, 1997, p. 77.19. ibid.20. Coney, op. cit., p. 107.21. Consensus Development Conference, "Prophylaxis and treatment ofosteoporosis" , Conference Report, Am. J. Med. 1991:107-110. 22. Love, op. cit., p. 79.23. Brown, Susan, PhD, Better Bones, Better Body, Keats Publishing,Connecti cut, USA, 1996, p. 38.24. ibid.25. Love, op. cit., p. 83.26. op. cit., p. 85.27. ibid.28. Riggs, B. e L. Melton, "Involutional Osteoporosis" (1986), NewEngland Journal of Medicine 26:1676-86.29. Brown, op. cit., p. 66.30. Sellman, Sherrill, Hormone Heresy: What Women MUST Know AboutTheir Hormones, GetWell International, Havaí, 1998 (ed.norte-americana ), p. 125.31. ibid.32. Colditz, G. A. (1998), "Relationships between estrogen levels, useof hormone replacement therapy and breast cancer", J. NCI90(11):814- 823.33. Melton, L. e B. Riggs, "Epidemiology of Age-related Fractures", emThe Osteoporotic Syndrome: Detection, Prevention and Treatment (L.Avioli, ed.), Grune & Stratton, Nova York, 1983, pp. 43-72.34. Brown, op. cit., p. 62-63.35. Garn, S., "Nutrition and bone loss: introductory remarks", Fed.Proc., nov-dez 1976, p. 1716.36. Brown, op. cit., p. 126.37. Colgan, M., dr., The New Nutrition, Apple Publishing, Canadá,1995, p. 62.38. Website de Robert Cohen, <www.notmilk. com>.39. Beckham, Nancy, Natural Therapies for Menopause and Osteoporosis, publicado por Nancy Beckham, NSW, Austrália, 1997, p. 56.40. Cottrell, M. e N. Mead, "Osteoporosis and the Calcium Craze",Australian Wellbeing, nº. 57, 1994, pp. 70-75.41. Fesknanich, D., W. C. Willet, M. Stamfer e G. A. Colditz (1997),"Milk, dietary calcium and bone fractures in women: a 12-yearprospective study", Am. J.. Public Health 87:992-997.42. Coney, op. cit., p. 60.43. Health News You Can Use, boletim, nº. 60, 2 de agosto de 1998;website <www.mercola. com>.44. The John R. Lee, MD, Medical Letter, julho de 1998.45. Brown, op. cit., p. 219.46. Nelson, M., PhD, Strong Women Stay Slim, Lothian, Melbourne,Austrália, 1998.

LEITE



Segue algumas citações sobre o leite de vaca para bebês extraído do artigo 'Nutrição e Alimentação nos Dois Primeiros Anos de Vida' publicado por uma equipe de Pós-Graduação em Nutrição da UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina.

  Sugiro que além de ler a citação vcs leiam o artigo completo também.
  
  "Deve-se enfatizar que o uso de leite de vaca integral no primeiro ano de vida, mesmo que diluído, é um dos mais sérios erros alimentares nesta idade.

Isto porque o consumo de tal alimento constitui um fator de risco para anemia ferropriva, tanto por conter pouca quantidade e baixa biodisponibilidade de ferro, como também por ocasionar perda de sangue pelas fezes (Elian et al,
1966; Anyon et al, 1969; Wilson et al, 1974).

Esses trabalhos avaliaram crianças antes dos 6 meses de idade, e na sua grande maioria encontraram perdas sanguíneas pelas fezes em cerca de 40% daquelas alimentadas com leite de vaca pasteurizado.
Fomon et al (1981) mostraram que entre crianças saudáveis a presença de sangue nas fezes ocorria em 9% das que recebiam fórmulas, contra 39% das que recebiam leite de vaca pasteurizado.
Os autores concluíram que ao completar um ano de idade a perda de sangue desaparece, indicando que o trato gastrintestinal de crianças
saudáveis, gradualmente perde sua sensibilidade à proteína do leite de vaca.

Outro risco seria o surgimento de doenças alérgicas, já que os lactentes alimentados com leite de vaca estão expostos a proteínas heterólogas. Por
apresentar quantidades inadequadas de algumas e ácidos graxos essenciais, o consumo de leite de vaca pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento do lactente.

E, finalmente, seu uso leva a uma maior predisposição futura para
obesidade, aterosclerose, dor abdominal recorrente e catarata.

A partir de tais evidências, não se recomenda a utilização do leite de vaca integral, líquido ou em pó, nem mesmo em suas preparações diluídas, na alimentação da criança durante o primeiro ano de vida (SBP, 2003)."
  
  Leia o artigo completo: http://www.pnut.epm.br/Download _Files/NutAlimNosDois.pdf


Maiores informações:
(12) 82035180  - Alessandro Luiz Freire
Raw Personal Diet Adviser, Orientador de Alimentação Biogênica (aliemtação viva), Fitaromatologista, Fitoterapeuta, Aromatologista, Permacultor, Técnico em Acupuntura
Atendimentos com hora marcada
Assessoria à clínicas, spas, espaços terapêuticos
Cursos e palestras sobre Alimentação Viva e Aromaterapia/Aromatologia

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