sábado, 19 de março de 2011

Glossário permacultural

Glossário permacultural
Oct 13, '07 11:29 AM



Glossário Permacultural desenvolvido pela comunidade Permacultura, do Orkut.
Este glossário estará em constante desenvolvimento e atualização.

Adobe - O tijolo de adobe é um material vernacular usado na construção civil. É considerado um dos antecedentes históricos do tijolo de barro e seu processo construtivo é uma forma rudimentar de alvenaria. Era um material de construção frequente nas civilizações do crescente fértil, em especial no Antigo Egipto e Mesopotâmia. Construídos com barro e palha (tal como nos é descrito na Bíblia, no livro do Êxodo), era muito utilizado pelas técnicas quotidianas de construção. Era recorrente o seu uso na arquitectura vernácula ainda que grandes monumentos destas civilizações a ele recorressem. Efectivamente, os zigurates (na Mesopotâmia) e as mastabas (no Egipto) foram feitos essencialmente com tijolos de adobe, utilizando basicamente as mesmas técnicas de construção utilizadas em edifícios “menos nobres”.
Adubo de Minhoca - As minhocas ao se locomoverem por entre as camadas do solo, cavam galerias fazendo passar por seu tubo digestivo grande quantidade de terra e restos vegetais, formando desta maneira o “húmus”.
Além de arejar, a minhoca aumenta a porosidade e a homogeneização dos solos, tendo ainda eficiente atuação sobre os sais, deixando-os sob forma assimilável aos vegetais.
O húmus transmite “vida” as plantas, promove a mineralização do potássio, fósforo, boro, magnésio, cobre e possui bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico, que transmite saúde às plantas.
O húmus possui constituição casulos e pequenas minhocas que vão multiplicar-se na área em que for aplicado, produzindo assim, vida na terra.
Este húmus foi produzido por minhocas vermelhas da Califórnia (Eisenia Foetida). E a gigante africana (Eudrilus Eugeniae), a partir do esterco bovino.
Adubo foliar - Um dos melhores adubantes foliares exietentes é a urina.
Dilua a urina em uma proporção 1:20 e regue.
Pode-se coletar a urina humana ( principalmente dos homens) e de preferência usar em 24 h.
A indústria vende URÈIA, e temos este produto natural, em cada uma das nossas casas todos os dias….  Lembrando que essa uréia industrial é derivada do petróleo!
Quanto aos fertilizantes minerais, eu aprendi que podem ser usados em agroecologia os pós de rocha moídos, não “beneficiados” industrialmente, por apresentarem baixo grau de solubilidade. Fosfato de rocha e calcário (calcítico>cálcio e dolomítico>magnésio) são os mais comuns. A maior parte do potássio está presente em minerais tais como a muscovite, feldspatos etc., que são insolúveis em água, tornando difícil a obtenção do potássio a partir deles. Em forma solúvel, é encontrado em depósitos de sais, sendo o mais importante o de Stassfurt, na Alemanha. A melhor fonte de potássio são os estercos de aves.
Adubo Orgânico - Adubos orgânicos: São resíduos animais ou vegetais, sendo de ação mais lenta que os minerais, visto que necessitam transformações maiores (serem desmontados em compostos inorgânicos) antes de serem utilizados pelos vegetais. Promove o desenvolvimento da flora microbiana e por conseqüência melhoram as condições físicas do solo; assim, a presença de matéria orgânica acelera a atuação dos adubos químicos.
* Esterco de curral – para melhor aproveitamento dos fertilizantes contidos nesse adubo, faz-se necessário que o adubo seja curtido, geralmente por trinta dias sob condições especiais.
* Resíduos de matadouros – são ossos, sangue seco ou farinha de sangue (extraído os ossos e gordura em tanques a pressão), chifres e cascos. Esses dois últimos de difícil assimilação.
* Resíduos oleaginosos – são sub produtos da indústria de óleos.
* Vinhaça – são sub produto das usinas após a destilação do álcool. Apesar de ser solução ácida, produz efeito alcalinizante.
* Resíduo de filtro prensa – é sub produto da usina de açúcar.
* Adubo verde – São cultivos que se praticam para serem enterrados no solo. Geralmente leguminosas de enraizamento mais profundo. Num solo sem fertilidade pelo uso excessivo e muito afetado pela erosão, às vezes, só pega no segundo ano, assim é recomendado, nesses casos, sementes inoculadas com bactérias fixadoras de nitrogênio. Alguns cultivos praticados: feijão de porco, feijão guandu, mucuna, feijão baiano e soja.
Agricultura Biodinâmica - O impulso da Agricultura Biodinâmica, sendo uno com a Antroposofia, tem como conseqüência natural à renovação do manejo agrícola, a sanação do meio ambiente e a produção de alimentos realmente condignos ao ser humano.
Esse impulso quer devolver à agricultura sua força original criadora e fomentadora cultural e social, força que ela perdeu no caminho à industrialização direcionada à monocultura e à criação em massa de animais fora do seu ambiente natural.
A Agricultura Biodinâmica quer ajudar aqueles que lidam no campo a vencer a unilateralidade materialista na concepção da natureza, para que eles possam, cada um por si mesmo, achar uma relação espiritual – ética com o solo, com as plantas e os animais e com os coirmãos humanos.
A Biodinâmica quer lembrar todos os homens que: “A Agricultura é o fundamento de toda cultura, ela tem algo haver com todos”.
O ponto central da Agricultura Biodinâmica é o Ser Humano que conclui a criação a partir de suas intenções espirituais baseadas numa verdadeira cognição da natureza.
Esse quer transformar sua fazenda ou sítio em um organismo em si concluso e maximamente diversificado; um organismo do qual a partir de si mesmo for capaz de produzir uma renovação. O sítio natural deve ser elevado a uma “espécie de individualidade agrícola”
O fundamento para tal é a integração de todos os elementos ambientais agrícolas como culturas do campo e da horta, pastos, fruticulturas e outras culturas permanentes, florestas, sebes e capões arbustivos, mananciais hídricas e várzeas etc.. Caso o organismo agrícola se ordene em volta desses elementos nasce uma fertilidade permanente e a saúde do solo, das plantas, dos animais e dos seres humanos.
Agricultura Indígena - O manejo indígena é também um exemplo da superioridade da policultura, uma vez que a diversidade protege espécies contra intempéries e pragas pela altura diferenciada das espécies ou pela dispersão que cria refúgios para espécies vegetais e animais, segundo Ribeiro (1990: 61). Cita como exemplo os Munduruku, que também praticam a roça itinerante. A cultura agrícola dominante quer obcecadamente transformar a cultura itinerante em cultura permanente, a seu modo monocultural, quando o saber indígena demonstrou que as “ilhas” de recursos apenas poderão resultar nas florestas tropicais pela policultura, que resulta em florestas antropogênicas convivendo com o ser humano, ao contrário da cultura compartimentalizada e uniforme da mentalidade colonial exportadora. Hecht (1989:33) lembra que o fogo integra a cosmologia indígena, como no caso dos Bororo que se comunicam com os espíritos bope, mediadores do fogo, mas também das rupturas, como a sazonalidade, o florescimento, o nascimento de animais, o ciclo menstrual. As rupturas trazem o caos, mas como transformação e renovação, destróem ou trazem dor, mas permitem a germinação e o nascimento. A grande quantidade de mitos sobre a origem do fogo dá conta de seu valor e de seu poder para os índios (Susnik, 1982).
Agricultura Orgânica - Agricultura orgânica ou agricultura biológica é um termo frequentemente usado para a produção de alimentos e produtos animais e vegetais que não fazem uso de produtos químicos sintéticos ou alimentos geneticamente modificados, e geralmente adere aos princípios de agricultura sustentável. A sua base é holística e põe ênfase no solo. Os seus proponentes acreditam que num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes e pesticidas feitos pelo homem, os alimentos têm uma qualidade superior a alimentos convencionais.
A agricultura orgânica é o sistema de produção que exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal.
Sempre que possível, baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Busca manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza.
Agricultura Natural - Cada semente que plantamos tem sua própria vida. Deixamos essa vida se desenvolver assim como é, respeitando o seu processo de crescimento natural. A natureza deu à semente um ambiente perfeito; interferimos o mínimo possível. Isto quer dizer,que não aramos a terra nem removemos os outros tipos de plantas e insetos do campo.
Onde foi que a agricultura natural se originou?
No Japão. Foi iniciada por algumas pessoas que perceberam que a agricultura orgânica ocidental não oferecia uma solução para a preservação do meio ambiente e seus recursos. Sua filosofia e prática foram desenvolvidas por três pessoas: Masanobu Fukuoka, Hirashi Fujii e Mokichi Okada.
Quais são as diferenças entre a agricultura orgânica e a agricultura natural?
Embora os agricultores orgânicos evitem substâncias artificiais, usam todo o tipo de aditivos, tais como composto e esterco, pesticidas orgânicos etc. Além disso, quando aram o solo, freqüentemente usam máquinas que exigem muita energia artificial - não só o combustível usado para operar a máquina, como também a energia necessária para fabricá-la. Já a agricultura natural é isso mesmo, totalmente natural. Usa apenas o que se encontra no campo.
Agroecologia - Surge na década de 1970 como campo de produção científica, como ciência multidisciplinar, preocupada com a aplicação direta de seus princípios na agricultura, na organização social e no estabelecimento de novas formas de relação entre sociedade e natureza.
Indo além, a Agroecologia representa um poderoso instrumento de ruptura com a tradição reducionista na qual se baseia a ciência moderna, principalmente pela sua proposta de trandisciplinaridade, por incorporar a complexidade, a dúvida e a incerteza, além de validar também os saberes tradicionais e cotidianos.
Outra inovação metodológica incorporada à pesquisa agroecológica é a junção harmônica de conceitos das ciências naturais com conceitos das ciências sociais. Tal junção permite nosso entendimento acerca da Agroecologia como ciência dedicada ao estudo das relações produtivas entre homem-natureza, visando sempre a sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética. Fonte: wikipedia
Agrofloresta ou Sistema Agroflorestal - SAF é um sistema que reúne as culturas agrícolas com as culturas florestais, resultante da prática de estudo de agrossilvicultura.
Plantações de florestas para suprir as necessidades do homem. Usa a dinâmica de sucessão de espécies da flora nativa para trazer as espécies que agregam benefícios para o terreno assim como produtos para o agricultor.
A agrofloresta recupera antigas técnicas de povos tradicionais de várias partes do mundo, unindo a elas o conhecimento científico acumulado sobre a ecofisiologia das espécies vegetais, e sua interação com a fauna nativa.
Aquecedor de Água Solar - Neste modelo para o aquecimento de água domiciliar se aproveita o material reciclado (garrafas pet) para construir, junto a outros materiais fáceis de conseguir e baratos (como cano de polietileno e pequenas peças de encaixe) num sistema eficiente de baixa relação custo-beneficio.
Árvore da permacultura - Os padrões e formas de uma árvore são encontrados em muitas estruturas naturais e evoluídas; uma explosão, um evento, uma sequência de erosão, uma idéia, germinação ou ruptura numa fronteira ou interface de dois sistemas ou ambientes (aqui, a terra e a atmosfera) podem gerar a forma de árvore no tempo e no espaço. A forma de árvore pode ser usada como um modelo pedagógico geral para geografia, ecologia e evolução; representa o movimento da energia e das partículas no tempo e no espaço. A forma é ainda uma translação, um transporte, uma resolução de potenciais ambientes, uma geração e uma dissolução.
A permacultura, como uma árvore, é um sistema holístico, uma síntese de disciplinas transladada para efeitos reais. Quem pode dizer se é a idéia ou o potencial do ambiente que desencadeia a forma? Importa saber a diferença? Há infinitas trajetórias e possibilidades, raízes e frutos. Vide também Flor da permacultura.
Auto-suficiência - É um termo muito usado para descrever uma condição de vida que é muito mais independente da rede do sistema que a vida moderna normal. Ser totalmente auto-suficiente, é ter a capacidade de produzir todas as necessidades: alimento, ferramenta, vestimenta e moradia.
Não subscrevemos, a mentalidade de fortaleza isolada de um enfoque totalmente auto-suficiente, mas acreditamos em projetar para toda a sociedade humana.
Como diz Peter Bunyard, “a autosuficiência tende a ser insular e destrutiva”. Mais relevante e realista é a cooperação comunitária. Quando as pessoas se estabeleceram numa área, deveriam evoluir uma rede complexa de recursos, habilidades e necessidades com alguma especialização. Esta interdependência dentro de uma pequena região e independência em relação com regiões mais distantes acabará se estabelecendo com o tempo, num quadro de referência permacultural.
Bacia de Evapotranspiração - Este é um sistema fechado (sem infiltração no solo) de evapotranspiração, utilizando plantas no processo. O dimensionamento é de aproximadamente 2 m³ / pessoa.
Procedimento:
1. Escava-se um buraco, tendo como profundidade mínima um metro. E as demais dimensões proporcionais ao número de pessoas que usarão o sistema a ser construído.
2. Impermeabilização do buraco com cimento e lona plástica.
3. Construção do leito filtrante: sobre lona plástica coloca-se um cano furado, preenchendo as laterais com cacos de telha ou tijolos. Cobre-se com camadas proporcionais de brita, areias e terra até nivelar com a superfície.
Bambú - Bambu é o nome que se dá às plantas da sub-família Bambusoideae, da família das gramíneas (Poaceae ou Gramineae). Essa sub-família se subdivide em duas tribos, a Bambuseae (os bambus chamados de lenhosos) e a Olyrae (os bambus chamados herbáceos).
As opiniões variam muito e novas espécies e variedades são acrescentadas ano a ano, mas calcula-se que existam cerca de 1250 espécies no mundo, espalhadas entre 90 gêneros, presentes de forma nativa em todos os continentes menos na Europa. Habitam uma alta gama de condições climáticas (zonas tropicais e temperadas) e topográficas (do nível do mar até acima de 4000m).
O bambu possui caules lenhificados utilizados na fabricação de diversos objectos como instrumentos musicais, móveis, cestos e até na construção civil, onde é utilizado em construções de edifícios a prova de terremotos. Também é possível produzir a partir desta gramínea, a fibra de bambu.
Uma matéria vegetal assim como o algodão ou o linho, o bambu tem em seu favor alguns trunfos suplementares. Esta gramínea arbórea é prolífica (ela pode crescer até 1 metro por dia[carece de fontes?]). A sua fibra, extraída de uma pasta celulósica, se caracteriza pela sua característica homogênea e pesada (ela não amassa) e seu aspecto suave e reluzente, parecidos com os da seda. Sobretudo, ela possui virtudes respiratórias, anti-bacterianas[1]. Ideal para roupas íntimas (cueca e calcinha)e peças esportivas.  Videos sobre Bambú - http://www.orkut.com/FavoriteVideos.aspx?uid=11242778203713703721
Biodigestor - O biodigestor é um sistema onde matéria orgânica está fermentada. O carbono da matéria orgânica está transformado em gás de metano e dióxido de carbono. Este gás pode ser utilizado para cozinhar. O efluente é um excelente fertilizante.
Cadeias alimentares - Cada organismo vivo está ligado a outros. As cadeias alimentares representam as relações de alimentação entre os seres vivos, em um determinado habitat. Uma cadeia frágil (ex.-. uma lavoura de trigo) inclui poucas espécies e, assim, poucas oportunidades de sobrevivência. Uma cadeia forte( ex.: floresta), ao contrário, tem multas espécies que se alimentam umas das outras, perpetuando sua existência mesmo com a ocorrência de eventos inesperados.
Canais de infiltração -Escavações em nível que permitem interromper o escorrimento superficial da água e fazê-la penetrar no solo. Com o tempo, essas faixas de terreno se tornam extremamente férteis, além de evitar a erosão superficial.
Relaciona-se a cultivo por linha chave, uma forma de cultivo do solo que aumenta a fertilidadee a capacidade de retenção de água; e açudes interligados, outra forma muito econômica de armazenar água para a utilização em períodos de seca e para a criação de sistemas de aquicultura altamente produtivos. Além de cumprir a função de
armazenamento, aumenta muito a capacidade de produção do local, melhorando o microclima. Açudes são elementos fundamentais de qualquer projeto de sustentabilidade. Para efeito de projeto, qualquer área de terra deverá ser planejada para incluir, aproximadamente, 12% a 20% de submersão em reservatórios de água.
Carneiro Hidráulico - O carneiro hidráulico é um dos dispositivos mais práticos e baratos usados para bombear água. É de simples manejo e de pouca manutenção. Para funcionar o carneiro hidráulico não necessita de energia elétrica ou de combustível fóssil. É uma máquina de funcionamento automático capaz de aproveitar o efeito do “golpe de aríete” para bombear água. O “golpe de aríete” é um surto de pressão que ocorre em um tubo conduzindo água, cujo escoamento sofre uma interrupção abrupta. O carneiro hidráulico é uma máquina muito simples que pode ser adquirido pronto no mercado ou ser construído a nível de propriedade rural. Pode ser feito com tubos, válvulas e garrafa PET.
Ciclos de aproveitamento - Em sistemas naturais, a matéria é constantemente reaproveitada. A quantidade de matéria total no Planeta é constante, por isso os organismos vivos dependem da utilização e da reciclagem dos materiais. Assim, quando recolhemos as folhas caídas no chão e colocamos no lixo, estamos interferindo negativamente, privando o solo da matéria orgânica necessária à geração de alimento para as plantas, que, por sua vez, iriam nos alimentar.
Círculo de Bananeiras - Tratamento de água cinza, cultura de banana, “banana circle”.
Esta técnica surgiu da observação dos efeitos dos fortes ventos sobre a cultura dos cocos. Numa clareira os coqueiros caídos davam origem a círculos de coqueiros que nasciam, se desenvolviam e produziam melhor do que quando sós. O padrão natural observado foi que no centro do círculo se depositavam folhas, ramos, frutos, etc, que retinham a umidade e concentravam nutrientes, beneficiando a cultura dos coqueiros. Dessa observação, passou-se em seguida às experiências com outras culturas, como a da banana.
No caso das bananeiras percebeu-se que elas, como outras plantas de folhas largas como o mamoeiro, evaporavam grandes quantidades de água e estabeleceu-se assim uma relação com as águas cinzas das residências. Essa ligação é feita entre a necessidade de se tratar a águas que saem das pias e chuveiros das residências com a grande capacidade de evaporar (tratar) dos círculos de bananeiras. E isso é uma das bases do design na permacultura, estabelecer relações positivas, sinérgicas entre os elementos de um sistema vivo.
Cisterna de Ferrocimento - O uso do ferrocimento é uma alternativa prática e rápida que possibilita a construção de vários itens como silos, telhas, calhas, caixas de água e outros. A técnica é a base de uma argamassa constituída de cimento e areia cobrindo um aramado de vagalhões finos e tela metálica (pinteiro) totalmente amoldável.
A zona 1 é a área mais intensiva de trabalho e provedora da maioria das necessidades da família, por isto necessita muitas vezes de bons reservatórios de água.
Nessa demanda é que se propõe o ferrocimento para construção da cisterna ou caixa de água, já que esta apresenta as qualidades de resistência, é opaca a luz e com um bom fechamento nos garante a manutenção da qualidade da água por longos períodos de tempo. Para construções de ferro cimento, como a sisterna há a apostila de construções da Associação Brasileira de cimento portland, que dá as instruções técnicas, com umas apostilas interessantes.
http://www.abcp.org.br/
COB - O cob é um método muito antigo de construir com terra e palha ou outras fibras. É completamente similar ao adobe, em que a mistura básica da argila e da areia é a mesma, mas tem geralmente uma porcentagem mais elevada das fibras longas da palha misturadas dentro. Em vez de criar blocos uniformes para construir, o cob é aplicado normalmente pela mão em grandes gobs (ou cobs=bocados) que podem ser lançados de uma pessoa a outra durante o processo de construção. A maneira tradicional de misturar a argila/areia/palha é com os pés descalços; por esta razão, é um trabalho razoavelmente intenso. Parte do processo pode mecanizada usando uma escavadeira para misturar, mas isso diminui a natureza orgânica dele. Por causa de toda a palha, o cob pode ser ligeiramente mais isolante do que o adobe, mas ainda não faria uma casa muito confortável em um clima de temperaturas extremas.
Compostagem - A compostagem é o processo de transformação de materiais grosseiros, como palhada e estrume, em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura. Este processo envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica in natura sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. Por essa razão uma pilha de composto não é apenas um monte de lixo orgânico empilhado ou acondicionado em um compartimento. É um modo de fornecer as condições adequadas aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica e disponibilizem nutrientes para as plantas.
Consorciação - Prática de associar numa mesma área o plantio de culturas diversas para aumentar o rendimento, enriquecer a vida biológica do solo e protegê-lo conta a erosão.
Corredores de fauna e flora - Cinturões de árvores, pântano, ou mata ciliar ligando duas ou mais áreas de um habitat. Em escala regional transformam-se em Corredores de Biodiversidade, compreendem então uma rede de áreas protegidas, entremeada por áreas com variáveis graus de ocupação humana. Tem a finalidade de vencer o isolamento das áreas protegidas e ampliar a conectividade dos ambientes nativos, permitindo o trânsito das espécies de flora e fauna entre os remanescentes. Como exemplos de Corredores de Biodiversidade temos o Corredor Central da Mata Atlântica e o Corredor da Serra do Mar.
Design permacultural - “design” é mais do que desenho. Design é planejamento consciente, considerando todas as influências e os inter-relacionamentos que ocorrem entre os elementos de um sistema vivo.
Diversificação - Sistemas de produção diversificados são mais estáveis, porque dificultam a proliferação excessiva de determinada praga e doença e permitem que haja um melhor equilíbrio ecológico no sistema de produção, através da multiplicação de inimigos naturais e de outros organismos benéficos.
A monocultura representa um dos maiores problemas do modelo agrícola convencional, porque não existindo diversificação de espécies, numa determinada área, as pragas e doenças incidem de forma mais intensa sobre a cultura, por ser a única espécie vegetal presente no local. O monocultivo torna o sistema de produção mais instável e sujeito às adversidades do meio.
Ecovila - Uma Ecovila é um assentamento ecológico de características adequadas à escala humana estruturada sobre critérios de convivência que não agridem o meio ambiente apoiando um desenvolvimento sadio que pode permanecer contínuo no futuro, isto é, sustentável.
Esta postura responsável em relação ao ambiente se traduz em quatro aspectos principais:
• Estruturas físicas: produção de alimento orgânico, arquitetura de baixo impacto, respeito aos ciclos naturais e proteção e restauração permanente do solo.
• Infraestrutura: cuidado com a água, uso de energias renováveis, otimização do transporte e acesso à informação.
• Estruturas sociais: sistemas participativos de tomada de decisões, economia sustentável, cuidado com a saúde, eco-alfabetização.
• Cultura: artes e desenvolvimento pessoal, rituais, celebrações e diversidade cultural, visão mundial holográfica e circular, movimento em direção à paz.
Efeito de fronteira - É um importante fator na permacultura. É reconhecido pelos ecólogos que a interface entre dois ecosistemas representa um terceiro, mais complexo, que combina ambos. Nas interfaces, espécies de ambos os sistemas podem existir,e a fronteira também sustenta suas próprias espécies em muitos casos. A produção fotossintética bruta é maior nas interfaces. Por exemplo as interfaces floresta/pastagem mostram maior complexidade do que qualquer dos sistemas, tanto em “produtores” (plantas) quanto “consumidores” (animais). Os ecossistemas de fronteiras proporcionam condições especialmente valiosas num sistema permacultural, por exemplo, cercas vivas e barreiras densas (interface entre campo aberto/vegetação densa) provêm habitat para muitas espécies animais, que são aí encontrados em grande número.
Tendo em vista o efeito de fronteira, parece valer a pena aumentar a interface entre habitats particulares ao máximo. Uma biocenose* com fronteira complexa é interessante e muito bela; pode ser considerada a base do paisagismo.
*biocenose - comunidade (’conjunto de populações’)
Emergia - conceito criado por Howard Odum em 1998 e é definido como “toda energia necessária para um ecossistema produzir um recurso (energia, material, serviço da natureza, serviço humano).”
No Wikipedia também aparece como “a energia que a biosfera investe para produzir seus bens e serviços (incluindo os bens e serviços da sociedade).
É assim uma ferramenta utilizada para calcular a eficiência do sistema através da Transformidade.” A TRANSFORMIDADE está ligada a esse conceito: “é a razão etre a EMERGIA necessária para produzir um produto e a energia que o produto contém”
http://www.fea.unicamp.br/docentes/ortega/nipe99/sld001.htm
Equilíbrio Ecológico - Em sistemas orgânicos de produção, o equilíbrio ecológico que ocorre entre os macro e micro organismos é de fundamental importância para manter as populações de pragas e as doenças em níveis que não causem danos econômicos às culturas comerciais. Sistemas que utilizam adubos e agrotóxicos provocam instabilidade no ambiente e desequilíbrios na nutrição das plantas, levando ao aumento da população desses organismos.
Espiral de Ervas - Uma espiral de ervas é simples de fazer, bonita e pode ser importante no seu jardim. Ela acomoda todas as ervas básicas, tornando o acesso fácil. O padrão espiralado, muito comum na natureza, é reproduzido neste pequeno monte de terra, contemplando aspectos como diversidade, consórcios, efeito de bordas, microclimas e drenagem. Com aproximadamente 1,6 metros de diâmetro na base e altura de 1 a 1,3 metro, este canteiro oferece inúmeras possibilidades para o enriquecimento da dieta familiar.
Ética permacultural - Para realizar a Permacultura, é necessário adotar uma ética específica de sustentabilidade que exija um repensar dos nossos hábitos de consumo e dos nossos valores, em geral. Os pontos fundamentais são definidos assim:
• 0 cuidado com o planeta Terra
• 0 cuidado com as pessoas
• Distribuição dos excedentes
• Limites ao consumo
Fatores limitantes - Muitos fenômenos influenciam no desenvolvimento de ecossistemas. Clima, temperatura, regime de chuvas, quantidade de luz solar diária e qualidade do solo são apenas alguns dos fatores que podem limitar a diversidade e a produtividade de um sistema vivo. Dentro da Permacultura, trabalhamos para amenizar esses fatores, de forma a criar uma variedade de microclimas que permitam o cultivo de muitas espécies, mesmo que as características gerais do local sejam limitadas.
Flor da permacultura - Começando com a ética e princípios focados no campo crítico do manejo da terra e da natureza, a permacultura está evoluindo pela aplicação progressiva de seus princípios à integração de todos os sete campos necessários para a sustentação da humanidade ao longo do período de declínio de energia. Partindo do centro da flor (Princípios éticos e de design da permacultura) temos a evolução do sistema de design da permacultura em sete campos:
1 - Cultura e educação
2 - Saúde e bem estar espiritual
3 - Economia e finanças
4 - Posse da terra e comunidade
5 - Manejo da terra e na natureza
6 - Espaço construído
7 - Ferramentas e tecnologia
Para ver a Flor da Permacultura e as subdivisões dos sete campos:
Acessar: http://www.holmgren.com.au/
Brazilian Portuguese Version (PDF - 620KB)
Essence of Permaculture – free eBook
Fonte: http://www.holmgren.com.au/
Fluxo de energia - Todas as formas de vida requerem energia para sobreviver. No Planeta Terra, a fonte primordial de energia é o sol. A partir dele, todos os organismos vivos retiram, direta (como as plantas) ou indiretamente (como os animais), sua alimentação.
Fogão a lenha - Cada elemento de uma propriedade permacultural desempenha várias funções. Algumas funções de um fogão a lenha, feito de tijolos maciços:
- Fazer comida , alimentação da família.
- Aquecer água: pia, chuveiro, tanque de lavar roupa…
- Aquecimento da casa, conforto.
Podemos ainda acoplar ao fogão uma unidade para desidratar frutas, plantas medicinais, temperos, erva mate, etc.
Geobiologia - Ciência que estuda a relação entre a Terra e os seres que a habitam.
A Geobiologia é também conhecida como a Medicina do Habitat porque estuda como os ambientes podem influenciar diretamente nossa saúde, incentivando-a ou agindo de maneira a deteriorar nosso bem mais precioso.
A área de estudo da Geobiologia para determinar os fatores em jogo nesta delicada interação Homem-Ambiente é ampla. Influências que provêm do solo geradas por águas subterrâneas, linhas do campo magnético terrestre, formas arquitetônicas, decoração, qualidade do ar, da água, poluição sonora e eletromagnética, radiações cósmicas, materiais de construção, e uma série de outros itens são peças chaves na determinação de locais salubres ou enfermos.
Conhecida há quase um século, a Geobiologia é hoje ensinada nas maiores faculdades de arquitetura da Europa e a cada dia ganha mais espaço no Brasil, na medida em que aumenta a consciência e a busca da população por uma maior qualidade de vida.
A Organização Mundial de Saúde recentemente descreveu como Síndrome do Edifício Enfermo a condição médica onde indivíduos adoecem sem razão aparente ao habitar ou trabalhar em um dado edifício, e que os sintomas se agravam com o aumento da permanência do mesmo. Complementa dizendo que esta condição leva a uma severa diminuição da capacidade de trabalho e perda de produtividade. Criar casas e ambientes saudáveis e propor soluções para tornar edifícios enfermos em locais benéficos é o objetivo da Geobiologia.
http://www.geobiologia.org.br/
Holismo - Maneira de encarar a realidade sem segmentá-la, mas integrando os elementos num todo organizado. As partes do todo mantêm entre si relações de mútua dependência.
Horta Mandala - Partindo da idéia de um círculo, e dos padrões derivados deste, os permacultores criam muitas novas formas para canteiros criativos.
O diâmetro do canteiro é proporcional ao alcance do braço. Deve ser confortável para o usuário. As vantagens de canteiros circulares são:
- O círculo oferece a maior área interna útil em relação ao menor perímetro.
- Círculos com buracos de fechadura permitem a combinação entre si para formar um arranjo com o mínimo de espaço não produtivo e distancias menores ao caminhar.
- O círculo é uma forma mais adaptável aos efeitos das forças naturais, além de ser mais bonito.
“Humus sapiens” - segundo o Ipec “é um sistema integrado de aproveitamento dos dejetos humanos constituído de sanitários compostáveis e minhocário. Nos sanitários os dejetos humanos são lançados diretamente em câmaras de compostagem sem o uso de água para descarga. Esse composto é levado posteriormente para um minhocário, onde é produzido o húmus, um adubo orgânico excelente para a agricultura. Assim ele fecha o ciclo natural sem agredir o ambiente e sem desperdiçar milhares delitros de água tratada.”
Microbacias - Chamam-se microbacias os terraços que se constroem numa bacia hidrográfica inteira, sem consideração de limites de uma propriedade. Evita-se, assim, que a deságua de um terraço prejudique outra propriedade. É um controle ótimo de erosão, porém não resolve a falta de poros que possibilitam a entrada de ar e água na terra.
Lembre-se: terraços são uma medida que permite a recuperação da terra. Eles por si sós, não recuperam nem conservam a produtividade. Por isso, todas as outras medidas que acompanham as microbacias são indispensáveis como: rotação de culturas, retorno de palhada, adubação verde. Somente assim a construção de microbacias se justifica e traz o efeito almejado. Quando a terra, uma vez, foi recuperada, não escorre nem empoça água. Uma recuperação ou conservação puramente mecânica não existe.
Microclima - É a somatória das condições ambientais num local particular, afetado por fatores locais ao invés de fatores climáticos. O fatores são: topografia, solo, vegetação, massas d’água e estruturas artificiais. Estes fatores se sobrepõem às características climáticas de uma região, alterando condições ambientais quanto a: temperaturas e faixas de temperatura; umidade relativa e sua variação; velocidade do vento, sua variação, regularidade e direção; geada, chuva, orvalho, e outras formas de precipitação. A compreensão dos microclimas e das maneiras de altera-los permite ao permacultor cultivar uma extensa gama de plantas úteis.
Minhocas - São anelídeos, ou seja, vermes cilíndricos e segmentados. As minhocas são hermafroditas, e sua fecundação é recíproca. Dois indivíduos se unem e cada um transfere espermatozóides para o outro. Depois que eles se separam e o aparelho feminino amadurece, acontece a fertilização dos óvulos que se desenvolvem em um casulo, que é deixado na terra úmida. As minhocas gostam de ambiente com pH 7 (neutro). Por isso, é uma boa idéia checar a acidez do minhocário regularmente. Se estiver muito ácido as minhocas vão se revoltar! Caso isto aconteça remova as minhocas e adicione um pouco de calcário. A superfície de seu corpo é revestida por uma epiderme onde acontecem as trocas gasosas de sua respiração através do sangue. Por isso seu habitat deve estar sempre úmido.
Mulch (serapilheira) - solo descoberto é solo pobre; a cobertura do solo, conhecida como mulch, pode ser de matéria orgânica morta (folhas, galhos, jornais etc.), como na floresta, ou pode ser viva, com o plantio de espécies benéficas rasteiras (batata doce, labe-labe). Essa cobertura serve para evitar a evaporação rápida da umidade do solo e protege-lo contra a erosão, além de evitar o ataque de pragas.
Pau-a-pique - Esta é uma construção antiga e ainda muito usada em todo o Brasil.
Faze-se a estrutura da casa de madeira, com um trançado nas paredes que pode ser de medeira ou bambu. Depois, duas pessoas de cada lado jogam o barro, ao mesmo tempo e este, no encontro, se prega à este trançado, fazendo a parede. Depois reboca-se com outra camada de barro mais fino para cobrir os buracos do primeiro.
PERMACULTURA - palavra formada pela junção das palavras “permanent agriculture” (agricultura permanente), “começou por volta de 1975, 1976, com as idéias de Bill Mollison na Austrália sobre um modo diferente de se pensar a disposição das espécies vegetais, mais próximo dos ecossistemas naturais. Nesta corrente se procura praticar uma agricultura da forma mais integrada possível com o ambiente natural, imitando a composição espacial das plantas encontradas nas matas e florestas naturais.”  “O próprio criador da permacultura, o ex-professor australiano Bill Mollison, costuma dizer com orgulho que nem ele sabe definir com exatidão o que é a permacultura. “E é isso o que eu gosto nela - não é dogmática!”, afirma. Permacultura é um pacote pedagógico. Um movimento, um método para se alcançar uma cultura sustentável. Por isso, tudo que leva a esse caminho pode entrar em sua definição. O que queremos dizer é que ela vai
muito além da contração das palavras permanente e cultura. Pode ser compreendida como um sistema de design para a criação de ambientes produtivos, saudáveis e ecológicos para que possamos habitar a terra sem destruir a vida. Ou seja, através da permacultura o homem, como animal que é, se integra ao ciclo da natureza retirando dela o que precisa para viver e devolvendo a ela o que ela precisa para continuar vivendo. A filosofia da permacultura visa trabalhar com a natureza e não contra ela. Nós é que somos do planeta, não ele que é nosso.”
http://www.ecocentro.org/habitats/?page_id=14
Plantas companheiras - São plantas pertencentes a espécies ou famílias, que se ajudam e complementam mutuamente, não apenas na ocupação do espaço e utilização de água, luz e nutrientes, mas também por meio de interações bioquímicas chamadas de Efeitos Alelopáticos. Estes podem ser tanto de natureza estimuladora quanto inibidora, não somente entre plantas, mas também em relação a insetos e outros animais. Seguem alguns exemplos :
As plantas da família das solanáceas ( tomate, batata, pimentão, entre outras) e as da família das compostas (Cichoriaceae), como alfaces e chicórias combinam bem entre si. Estas famílias, por sua vez, também combinam com umbelíferas (Apiaceae) como cenoura, salsa, aipo, erva-doce, batata-salsa e com Liliáceas como o alho e a cebola.
As cuburbitáceas (abóbora, pepino, melão, melancia, chuchu) associam-se bem com as solanáceas, com plantas leguminosas(feijão, ervilha) e gramíneas(milho, trigo), conforme seu hábito de crescimento e forma de cultivo; alternado-se fileiras -duplas tutoradas, por exemplo, de tomate, feijão-vagem e pepino, ou na tradicional associação de milho, feijão e abóbora.
Plantio direto (PD) - Também conhecido como Não-Lavração (Zero Tillage) é um método para conservar a produtividade de terra recém-roçada. Sua base não é o uso de herbicidas, mas a camada protetora de palha, na superfície da terra. Esta camada tem de ser de 5 a 7 cm de grossura. Sem proteção por uma camada grossa de palha, a terra resseca e se aquece pior que em campos convencionalmente preparados. Com um camada de 1,5 a 2,0 cm de palha, a erosão já diminui consideravelmente. Isso por causa da amenização do impacto das gotas de chuva. Se aparecerem minhocas em boa quantidade nos campos com plantio direto, a técnica foi correta. Se não aparecerem, é porque alguma coisa estava errada.
Vantagens do Plantio Direto:
- Permite o plantio em qualquer época do ano, independentemente das chuvas.
- A terra não perde sua umidade.
- Protege a terra contra erosão.
- Protege a terra contra aquecimento excessivo.
- A camada espessa de palha suprime drasticamente as ervas invasoras.
- Diminui a necessidade de adubos e proporciona colheitas elevadas e estáveis
Porém o Plantio Direto exige o controle de compactação da terra. Se a cultura somente crescer entre a camada de palha e a terra, como ocorre em vários plantios diretos após oito ou dez anos de uso, não se escapa a uma subsolagem*.
*subsolagem - lavrar (a terra) profundamente até o subsolo.
PRINCÍPIOS da Permacultura - David Holmgren propõe 12 princípios que norteiam o olhar, o agir do permacultor em busca de uma sociedade sustentável. São eles:
* observe e interaja
* capte e armazene energia
* obtenha um rendimento
* pratique a auto-regulação e aceite o feed- back
* use e valorize serviços e recursos renováveis
* não produza desperdícios
* faça um design partindo de padrões amplos e chegue até os detalhes
* integrar ao invés de segregar
* use soluções pequenas e lentas
* use e valorize a diversidade
* use as bordas e valorize os elementos marginais
* use a criatividade e responda às mudanças
Quebra-ventos - São dispositivos naturais ou artificiais, destinados a deter ou, pelo menos, diminuir a ação dos ventos fortes sobre o sistema permacultural. Podem ser definidos, ainda, como estruturas perpendiculares aos ventos dominantes, cujas funções são diminuir a velocidade e reduzir os danos por eles provocados. Em sua maioria são naturais, constituídos por determinadas espécies de vegetação.
O vento é um dos agentes de disseminação de doenças. O plantio de árvores de grande porte nas fronteiras da propriedade evita a ação do vento e da poeira sobre o pomar, dificultando a entrada e disseminação de doenças e pragas. Os quebra-ventos protegem uma distância de oito a dez vezes maior que sua altura. Além do uso de quebra-ventos, cerque a propriedade, de preferência com cerca-viva, para evitar a entrada de pessoas, veículos ou animais.
Sais - Substâncias solúveis em água. Os adubos químicos são sais que contêm nutrientes como o nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) (que juntos com o carbono (C ), hidrogênio (H) e oxigênio formam os macronutrientes primários), cálcio (Ca), enxofre (S), magnésio (Mg) (macronutrientes secundários) e outros (micronutrientes: cloro (Cl), boro (B), cobalto (Co), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), sódio (Na), níquel (Ni), silício (Si), molibdênio (Mb) e zinco (Zn)).
Em contato com a água, liberam imediatamente esses nutrientes para as raízes. A nutrição das plantas na agricultura convencional baseia-se no fornecimento desses sais, que no entanto, prejudicam a vida dos microrganismos do solo e não contribuem para melhorar sua estrutura. A adubação orgânica (animal, vegetal e mineral) nutre as plantas, liberando os nutrientes dos sais lentamente, através de transformações das substâncias por reações químicas realizadas por fungos e bactérias, melhora a estrutura do solo e equilibra o pH.
Setores - mapeamento do sítio permacultural de acordo com as energias e influências externas (luz solar, ventos, chuvas, incêndios, poluição sonora, atmosférica, visual etc.) observando-se os efeitos destes para realização de um planejamento para direcionar ou bloquear essas energias, de acordo com as necessidades locais/pessoais.
O sítio é o centro do sistema e um círculo representa os 360 graus de possível influência
externa. Assim, marcamos os setores de acordo com as informações que coletamos: setor de luz solar no inverno e no verão, setor dos ventos, setor de perigo de incêndio, e assim por diante. Esses setores servirão, mais tarde, para definir o posicionamento de quebra-ventos, a posição da casa e dos abrigos dos animais, entre muitos outros elementos.
Sistêmico - Referente à visão orgânica e lógica de um sistema. Relativo a um processo que afeta um organismo em seu conjunto.
Solo Cimento - O solo cimento é o material resultante da mistura homogênea, compactada e curada de solo, cimento e água em proporções adequadas. O produto resultante deste processo é um material com boa resistência à compressão, bom índice de impermeabilidade, baixo índice de retração volumétrica e boa durabilidade. O solo é o componente mais utilizado para a obtenção do solo-cimento. O cimento entra em uma quantidade que varia de 5% a 10% do peso do solo, o suficiente para estabilizá-lo e conferir as propriedades de resistência desejadas para o composto.
Praticamente qualquer tipo de solo pode ser utilizado, entretanto os solos mais apropriados são os que possuem teor de areia entre 45% e 50%. Somente os solos que contêm matéria orgânica em sua composição (solo de cor preta) não podem ser utilizados. O solo a ser utilizado na mistura pode ser extraído do próprio local da obra.
(Também está no site da ABCP:
http://www.abcp.org.br/basico_sobre_cimento/solo_cimento.shtml )
Sucessão e dimensões - Imagine a floresta após uma queimada. Mesmo
que o solo tenha sido desnudado de sua cobertura natural, a natureza trabalha
permanentemente para recuperar sua diversidade no local. Novas espécies aparecem, colonizando o local em etapas sucessivas, com grupos de plantas diferentes, até que, com o tempo, a floresta amadureça novamente. Essas plantas são conhecidas, para fins de estudo, como espécies pioneiras (no primeiro estágio), intermediárias e de clímax.
Essa colonização sucessiva, no tempo e no espaço, é conhecida como sucessão; a utilização de vários “andares” é um exemplo da eficiência dos processos naturais, na utilização do espaço. Na realidade, elas ocorrem constantemente, na medida em que grandes árvores vão morrendo e abrindo espaço para o reinicio do processo. Na Permacultura, precisamos observar os processos de sucessão natural do local para recriarmos e acelerarmos esse processo com as espécies que nos são úteis, sem negligenciar as necessidades básicas do sistema.
Superadobe - Consiste em sacos de terra ou um tubo do mesmo material do saco (polipropileno) empilhados e socados com uma umidade de mais ou menos 20%. A largura da parede varia de acordo com a largura do saco ou tubo (no mínimo 40 cm). Possui alta resistência como parede estrutural.
Taipa socada ou taipa de pilão - Completando o capítulo materiais para construções temos a taipa socada ou taipa de pilão! Cosntrução com terra, que é socada dentro de uma forma de madeira ou ferro. A mistura do solo deve ser 60% areia, 40% argila. Coloca-se uma pequena quantidade de terrra e vai se apiloando, até que esta esteja compactada. Para se estabilizar o material, hoje em dia, usa-se um 10% de cal ou de cimento ( depende qual a característica do solo que está sendo usado ( mais argiloso se usa cal, mais arenoso se usa cimento). A forma vai subindo conforme vai se enchendo. (para ver mais http://yvypora.wordpress.com).
Telhado verde - Também conhecido como cobertura viva, cobertura vegetal, telhado vivo, ecotelhado e biocobertura, dentre outras denominações. Consiste na aplicação e uso de vegetação sobre a cobertura de edificações com impermeabilização e drenagem adequadas, proporcionando melhorias nas condições de conforto termo-acústico e paisagismo.
Teoria da Trofobiose - A Teoria da Trofobiose diz que uma planta desequilibrada nutricionalmente torna-se mais suscetível a pragas e patógenos. A adubação mineral e o uso de agrotóxicos provocam inibição na síntese de proteínas, causando acúmulo de nitrogênio e aminoácidos livres no suco celular e na seiva da planta, alimento que pragas e patógenos utilizarão para se proliferar. Criada pelo pesquisador francês Francis Chaboussou em 1988, combina as palavras trofos=alimento e biose=existência de vida, assim Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado à disposição dele. Essa teoria mostra que a suscetibilidade da planta ao ataque de pragas e doenças é uma questão de nutrição ou de intoxicação. Ou seja, uma planta bem alimentada e saudável, apresenta uma composição equilibrada, formando uma estrutura compacta que dificilmente será atacada por pragas e doenças. Entretanto, a
proliferação e a intensidade do ataque de pragas (insetos, ácaros e nematóides) e doenças (fungos, bactérias e vírus) estão diretamente relacionadas com o estado nutricional das plantas. Assim, a planta fica suscetível ao ataque de pragas e doenças quando tiver na sua seiva, exatamente o alimento que eles precisam. Este alimento é constituído principalmente por aminoácidos e açúcares solúveis.
Quando inibe-se o processo de proteossíntese, que é a formação de proteínas a partir de aminoácidos, acabam predominando no tecido vegetal os aminoácidos e açúcares solúveis. Neste caso, predomina a proteólise, que é a formação de aminoácidos livres a partir da decomposição das proteínas. Vale lembrar que os agrotóxicos e adubos químicos favorecem a proteólise e inibem a proteossíntese. Em outras palavras, tornam as plantas mais suscetíveis às pragas e doenças. Por outro lado, a adubação orgânica e o manejo ecológico preconizados na agricultura orgânica tendem a favorecer a formação de proteínas completas (proteossíntese), tornando as plantas mais resistentes e nutricionalmente mais equilibradas.
Terraceamento - Terraços são uma “muleta” para se poder recuperar a terra. Melhoram-se as culturas pelos terraços porque há mais água à disposição e se sente menos a seca de alguns dias de sol. Chama-se terraceamento “conservação do solo”. Isso é verdade em relação à terra que a erosão leva, e que são bilhões de toneladas de terra arável a cada ano. Essa terra se conserva, mas sua produtividade e potencial não. Estes dependem do ar ao redor da raiz e de uma vida ativa na terra, que mobiliza nutrientes. Porém, sem terraços em terrenos pendentes não se devia plantar! Em terrenos pendentes deve-se tomar cuidado para evitar a erosão, especialmente pela recuperação da camada porosa, permeável na superfície. Mas como sempre pode haver alguma compactação ou encrostamento por um aguaceiro, usam-se terraços, ou se plantam em curvas de nível, ou o plantio direto.
Tipos de terraços - 1. Terraços de base larga. Podem ser construídos em terreno pouco pendente, com até 4% de declive. São os mais caros, mas também os mais seguros. Sua construção é mais difícil. Têm a vantagem de não arrebentar nunca e de se poder plantar também os camalhões*. Nesses não se perde o terreno para plantio.
2. Terraços de base estreita. Eles são os mais comuns porque de mais fácil construção. Após medir e balizar os terraços, qualquer agricultor pode faze-los com um arado e algum capricho. Porém eles se arrebentam facilmente com chuvas pesadas. Necessitam de controle constante. Quando cobertos com vegetação nativa ou também cana de açucar, napier ou outro capim de raiz profusa , são relativamente seguros. Essas faixas de vegetação nativa têm a vantagem de introduzir nas lavouras redutos de vida nativa. Esta controla as pragas e assim contribui para a sanidade das culturas.
3. Terraços patamar. São feitos em terreno muito pendente, com mais de 10% de declive. Também se usam em baixadas para plantio de arroz. Têm de ser feitos com pleinadeira e exigem grande movimentação de terra. A parte superior do terraço é raspada e a terra colocada na parte inferior. Como se retira a camada superior de boa parte da terra, acumulando-a na parte inferior do terraço, este perde sua produtividade por aproximadamente dois anos. Esse terraços necessitam de recuperação que também é cara. São os terraços mais seguros.
*Camalhões - trecho de terra mais elevado, entre dois regos.
Tratamento de Esgotos - Devemos diferenciar entre dois tipos de efluentes domiciliares:
• Águas cinzas: aquelas que só carregam sabão - de preferência neutro – e sujeira. Exemplo a água da pia, chuveiro, tanque, lava roupas, etc.
• Águas pretas: aquelas que estão contaminadas com dejetos animais, inclusive humano, contendo patógenos. Exemplo: o vaso sanitário.
As águas cinzas são de tratamento simples. É só permitir a sua infiltração no solo, de preferência em relação a plantas que a absorvam e evaporem. O círculo de bananeiras é o exemplo típico.
Tratores Vivos - são técnicas de utilização do comportamento natural dos animais para limpar, arar e fertilizar a terra. Galinhas, porcos, patos, gansos e outros animais poderão ser utilizados dessa forma, criando sistemas rotativos que economizam o trabalho da pessoa e, ao mesmo tempo, beneficiam o animal e o ambiente.
Zonas - dizem respeito às energias internas do sistema. Principalmente, em relação ao trabalho humano e à movimentação de água e nutrientes. Todo o projeto é planejado de forma a realizar uma economia máxima de trabalho e recursos, criando pontos de utilização que estejam ligados aos pontos onde esses recursos estão sendo produzidos, visando alcançar a maior eficiência energética possível, colocando aqueles elementos que necessitam de maior atenção humana mais próximos à casa. Aqueles que podem ser mantidos com pouco ou nenhum manejo, ficarão mais longe.
Zona Zero - ( um termo novo…) seria a zona das relações de si mesmo com o meio, com os valores, com os outros…Pelo que eu entendo é a zona interior… as outras são mais fáceis de definir, pois têm a ver com o entorno.
A demanda de energia, de trabalho e ds interferências humanas determina cada zona. Na zona 1 é o local mais intenso, a zona 5 o menos… (Suzana)
Zona 1- onde nossas ações acontecem todos os dias…casa, horta, canteiros, galinheiro, minhocário, espiral de ervas- tudo onde preciso ir todos os dias e minhas ações são mais constantes- por isso sempre perto da casa.
Zona 2- vou muito, mas não tanto como a 1- pomar, frutíferas e pode estar cobinado com outros cultivos também.
Zona 3 - cultivos anuais, onde vou, planto e volto pra dar uma olhada vez por outra, e colher- plantios de grãos, milho, feijão, abóbora, etc.
Zona 4 - área de manejo de uma zona 5, posso ter palmitos, açaís, etc… e manejar na floresta - típico de manejo agro-florestal. Coletar madeiras, lenha, etc.
Zona 5 - Já é a zona de contemplação e de aprendizado com o que observo da Natureza ( a zona de mata preservada). E não interfiro. Entre eles, devo planejar açúdes, águas, etc.
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Algumas fontes de conhecimento:
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PERMACULTURA
elaborado por André Luis Jaeger Soares
Suzana Maringoni
Wikipedia
Curso de Construções Alternativas – Construção da Zona 1
Jaime Roberto Rodrigues
Permacultura UM (Bill Mollinson & David Holmgren)
http://www.amaranthus.esalq.usp.br/trofobiose.htm
http://www.planetaorganico.com.br/trabdarnut2.htm
http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2004-1/arq_terra/superadobe.htm
Cultivo Orgânico de Hortaliças - Sistema de Produção. SOUZA, Jacimar Luiz
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoPrimSegSafraSulMG/glossario.htm
American Permaculture Directory
Corredores de Biodiversidade da Mata Atlântica
Agricultura Sustentável – Ana Primavesi
Fonte: http://viversustentavel.wordpress.com/

[As partes desta mensagem que não continham texto foram removidas]

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